quinta-feira, 18 de setembro de 2014
A verdade sobre o colesterol
Durante anos, a medicina convencional nos disse que os níveis elevados de colesterol contribuem para doenças cardíacas e, como resultado, os médicos têm instruído seus pacientes a manter esses níveis baixos a praticamente qualquer custo.
Estudos recentes, no entanto, demonstraram que esta abordagem de tudo ou nada para o colesterol e doenças cardíacas é falha e pode resultar em algumas consequências adversas inesperadas.
Fatos
Colesterol é um sólido ceroso, o colesterol é um tanto um lípido (gordura), como um esterol (álcool esteroide a partir do qual são produzidos hormônios esteroides). Ele passa por toda a corrente sanguínea, ligado a triglicerídeos e fosfolipídios e, juntos, os três são conhecidos como uma lipoproteína.
Existem dois tipos de lipoproteínas – lipoproteínas de alta densidade (HDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL). As primeiras têm taxas de proteína superiores à proporção de gordura, enquanto o contrário acontece no segundo caso. As LDL transportam colesterol em todo o seu corpo para as células e tecidos que o requerem, enquanto as HDL coletam qualquer excesso de colesterol e o entregam para o fígado, que pode usá-lo para produzir bile, ou então reciclá-lo. Se houver excesso de gordura e colesterol no sistema, haverá muitas LDLs e, ao invés de entregar o colesterol necessário, elas vão começar a depositar colesterol extra nas artérias, o que pode causar aterosclerose, bloqueios e ataques cardíacos.
O corpo faz seu próprio colesterol
Necessário para uma variedade de funções, quase todas as células do organismo podem produzir o seu próprio colesterol. Quando os níveis estão baixos, uma proteína sinaliza as células para produzirem duas outras proteínas – uma que faz o colesterol e outra que ajuda as LDLs a recuperar o colesterol. Embora as células possam criar colesterol, o fígado é o produtor principal do corpo, e faz o suficiente para partilhar com outras partes do corpo.
Para fazer colesterol, o corpo precisa de carbono, o bloco de construção mais básico da vida, presente numa grande variedade de alimentos, incluindo gorduras, proteínas e carboidratos. Na verdade, você pode ter uma dieta completamente livre de colesterol, e seu corpo ainda vai fazer toneladas de colesterol.
O colesterol é necessário para a produção de vitamina D e hormônios sexuais
A fim de transformar a luz solar em vitamina D, necessária para um sistema imunológico saudável e ossos fortes, o corpo mantém uma forma de colesterol na sua pele que absorve a radiação do sol e a converte em uma substância na qual o fígado trabalha para transformar em hidroxivitamina D. Esta é, em seguida, enviada para os rins, que a convertem em vitamina D utilizável.
Da mesma forma, os esteróis no colesterol (álcoois esteroides) são elementos essenciais para a criação de hormônios sexuais humanos (que são esteroides), incluindo estrogênio, progesterona e testosterona.
O colesterol é necessário para formar o revestimento exterior de células
Componente importante da membrana plasmática – o revestimento exterior de células -, a rigidez do colesterol ajuda a sustentar a estrutura da célula e pode afetar a sua fluidez, chegando a impedir que a membrana congele.
O colesterol é fundamental para a produção de bile
O corpo converte o colesterol em sais biliares que são secretados na bile. A bile quebra as gorduras no trato digestivo, transformando-as em pequenos pedaços, adequados para interagir com enzimas digestivas, e também ajuda o intestino delgado a absorver gorduras. Doenças cardiovasculares não atingem principalmente pessoas com colesterol alto
De acordo com o cirurgião cardíaco Mehmet Oz, menos da metade das pessoas que entram em hospitais com doenças cardiovasculares têm colesterol alto.
Ter um alto colesterol “bom” não significa que você é menos propenso a ter um ataque cardíaco
Não necessariamente. Em um estudo de 2012, publicado no The Lancet, revelou-se que quando uma pessoa tem alta taxa de HDL simplesmente devido à predisposição genética, ela não tem um menor risco de ataque cardíaco.
Medicamentos de estatina não são completamente benignos ou previvem mortes por doenças do coração
Pacientes tratados com estatina queixam-se de uma variedade de efeitos colaterais indesejados, incluindo dor muscular, fadiga e esquecimento. Além disso, embora um único estudo tenha mostrado uma taxa menor de mortalidade por doenças cardíacas em mulheres que tomaram estatinas, a maioria das pesquisas não mostra nenhuma diferença entre pessoas que tomam estatinas e pessoas que não tomam.
Na verdade, o único grupo para o qual as estatinas têm mostrado consistentemente um efeito benéfico são homens de meia-idade que já sofreram um ataque cardíaco.
Comer alimentos ricos em colesterol não aumenta o colesterol no sangue
Ainda que, anos atrás, pessoas com níveis elevados de colesterol fossem alertadas contra o consumo de alimentos ricos em colesterol, como ovos e camarão, uma melhor compreensão da nutrição revelou que o colesterol nos alimentos tem muito menos efeito sobre o colesterol no sangue do que outros tipos de alimentos, particularmente gorduras saturadas. Colesterol alto não significa uma vida curta
Em um estudo de 2003 que analisou 4.521 homens e mulheres com idades entre 65 e 94 anos, ao invés de o colesterol elevado ser culpado pela expectativa de vida mais curta, constatou-se que o baixo colesterol foi correlacionado com um maior risco de morte prematura.
Inflamação, ao invés das LDL, pode ser um melhor preditor de doença cardíaca
Pesquisas mostraram repetidamente uma ligação entre a proteína C-reativa (PCR), um “marcador de inflamação no corpo”, e doenças do coração. E, embora o debate ainda esteja aberto, muitos acreditam que a PCR pode ser um melhor indicador para o desenvolvimento de doenças cardíacas do que altos níveis de colesterol “ruim” (LDL).
O maior contribuinte para a inflamação (e doenças cardíacas) podem ser carboidratos com alto índice glicêmico
Os carboidratos mais fáceis de digerir, como os encontrados na maioria dos alimentos processados, bem como açúcares, pães disponíveis comercialmente e doces, são denominados de “alto índice glicêmico”. Isto significa que se transformam em açúcar no sangue (glicose) mais rápido do que os alimentos glicêmicos mais baixos.
Estudos recentes estão começando a identificar uma forte ligação entre o consumo de alimentos com alto índice glicêmico e doenças do coração. Muitos sentem que a causa é que o aumento da glicose estimula a inflamação, a produção de gordura e a resistência à insulina. [Gizmodo]
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