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domingo, 28 de junho de 2015

Sabe a camisinha que detecta doenças sexualmente transmissíveis? Então…

Talvez você já tenha lido pela internet afora uma notícia sobre estudantes de ensino médio no Reino Unido que criaram um preservativo que muda de cor quando entra em contato com patógenos que causam doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia ou herpes. Se você passou do primeiro parágrafo, percebeu que eles na verdade não criaram nada, e sim estão apenas “na fase conceitual” ainda. A ideia que tiveram foi de fabricar um preservativo chamado de “S.T.EYE” embebido em moléculas que se ligam a bactérias e vírus específicos. Estas moléculas, então, fariam o preservativo brilhar em diferentes cores sob pouca luz, dependendo dos agentes patogênicos presentes: verde para clamídia, amarelo para herpes, roxo para o papilomavírus humano e azul para sífilis. Os estudantes dizem que seu objetivo é tornar a detecção de DSTs mais segura do que nunca, de modo que as pessoas possam tomar medidas imediatas na privacidade de suas próprias casas, sem procedimentos médicos invasivos. Parece até que a equipe brilhante será premiada com £ 1.000 (cerca de R$ 4.190 no câmbio atual) no Palácio de Buckingham no final desse ano por sua invenção. Problemas Sexo e adolescentes sempre dá manchete, mas e quanto a verdadeira viabilidade de um produto como esse? Há quem ache o conceito irrealizável. Se você já fez algum exame de DST na vida, sabe que leva alguns dias. E existem boas razões pelas quais você precisa ir a um hospital ou laboratório bem equipado, ao invés de poder fazer isso em casa. Existem basicamente duas técnicas que são comumente usadas para identificar doenças venéreas: uma envolve anticorpos, e outra DNA. Os estudantes mencionam que querem usar anticorpos, o que significa que estamos no reino de algo chamado ELISA (teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos). Um anticorpo é uma proteína especial que se liga a antígenos ou a uma única molécula do lado de fora das bactérias ou vírus que você alveja. Mas, por si só, essa ligação é invisível. Então como revelar um resultado positivo? Depois de lavar quaisquer anticorpos não ligados (ou então o teste mostrará positivo o tempo todo), uma enzima que reage com a molécula especial precisa ser colocada sobre a amostra, provocando uma alteração de cor visível. Salvo um tipo de máquina de nanotecnologia futurística anexada no fim do anticorpo que poderia fazer essa mudança de cor direto na camisinha, este método é impossível. Existe de fato uma molécula que pode mudar de cor por si só, conhecida como “1,1′-azobis-1,2,3-triazole”. Problema: é altamente explosiva. Um preservativo-bomba não é a melhor solução, não é mesmo? Embora de fato evitaria DSTs. Mesmo se eles decidissem mudar para o método de detecção envolvendo DNA, a mesma dificuldade persistiria: o requerimento de uma máquina para fazer a análise. Ou seja, essa “grande ideia” dos estudantes pode ser apenas um sonho. O estigma por trás das doenças venéreas não pode ser revertido durante a noite, muito menos preservativos mágicos devem acabar com sua propagação tão cedo. [ScienceAlert, HopesandFears]

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