quinta-feira, 29 de maio de 2014
China e Índia revelam planos ambiciosos para energia solar
Chineses desejam triplicar sua capacidade instalada até 2017; governo indiano pretende usar solar para resolver o problema do país de ter 400 milhões de pessoas ainda sem acesso à eletricidade.
Já há algum tempo a Ásia tem aparecido como o grande destaque mundial quando o assunto é a expansão das energias renováveis, e novos anúncios nos últimos dias reforçam ainda mais essa posição de liderança.
O governo chinês divulgou que pretende triplicar sua capacidade solar instalada para alcançar 70 GW até 2017. Para se ter uma noção da quantidade de energia que isso significa, o recorde de consumo no Brasil, batido em janeiro deste ano, foi de pouco mais de 80 GW.
“A nova meta deverá ser facilmente alcançada se a China continuar com o atual ritmo de construção de instalações solares”, afirmou Wang Xiaoting, analista da Bloomberg New Energy Finance.
A China está expandindo o uso da energia solar em uma taxa sem precedentes. Em 2010, o país possuía apenas 5 GW, e, no ano passado, a marca já estava acima dos 20 GW.
No entanto, a geração limpa de energia ainda representa uma pequena parcela da matriz chinesa. Em 2013, a fatia das fontes alternativas era de apenas 9%. A estimativa é que essa porcentagem suba para 11,4% em 2015 e 15% até 2020.
Índia
A recente eleição de Narendra Modi para o cargo de primeiro-ministro foi saudada por muitos grupos ambientalistas como o possível começo de uma nova era para uma Índia de baixo carbono. Isso porque, quando Modi governou o estado de Gujarat, colocou em prática algumas das leis e programas mais inovadores em termos de energias limpas da história da Índia.
Em uma demonstração de que o novo primeiro-ministro deve mesmo distanciar seu país da dependência do carvão, oficiais do governo afirmaram que Modi expandirá a capacidade solar indiana de forma que pelo menos uma lâmpada em cada residência seja alimentada por esse tipo de energia até 2019.
O objetivo central de Modi seria levar eletricidade para os 400 milhões de indianos que ainda não têm acesso à rede elétrica.
Segundo Narendra Taneja, um dos responsáveis pelas políticas de energia do Partido do Povo Indiano, do qual o novo primeiro-ministro é filiado, as fontes limpas serão a prioridade do governo.
“A solar, em particular, tem o potencial de criar empregos e suprir a demanda por eletricidade em residências que estão distantes da rede de distribuição”, afirmou Taneja à Bloomberg.
A capacidade solar instalada atualmente na Índia é de 2,6 GW. O governo anterior fixou como objetivo elevar essa marca para 20 GW até 2022, mas esse número deve aumentar com Modi no poder.
Enquanto isso, no Brasil, a capacidade solar instalada conectada à rede é de pouco mais de 13 MW, ou 0,013 GW, segundo o Banco de Informações de Geração (BIG) da ANEEL.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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