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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Cardiologistas pedem proibição total dos cigarros eletrônicos

A Sociedade Norte-Americana do Coração anunciou novas recomendações sobre o uso dos cigarros eletrônicos - também conhecidos como e-cigarros - e o impacto desse novo produto sobre os esforços de controle do tabaco. Com base nas evidências atuais, a posição da associação é que os cigarros eletrônicos que contêm nicotina são produtos de tabaco e devem estar sujeitos a todas as leis que se aplicam aos demais produtos derivados do fumo. A associação de cardiologistas também pede novas regulamentações rigorosas para impedir o acesso, a venda e a propaganda de cigarros eletrônicos para a juventude, além de recomendar mais pesquisas científicas sobre o impacto do produto à saúde. "Estamos fortemente comprometidos em evitar que a indústria do tabaco vicie outra geração de fumantes," disse Nancy Brown, presidente da Sociedade Norte-Americana do Coração. "Estudos recentes levantam preocupações de que os cigarros eletrônicos possam ser uma porta de entrada para os produtos tradicionais de tabaco para a juventude, e poderiam renormalizar o tabagismo em nossa sociedade. Estes desenvolvimentos inquietantes ajudaram a convencer a associação que os cigarros eletrônicos precisam ser fortemente controlados, bem pesquisados e acompanhados de perto," disse Brown. Os autores citam um estudo publicado na revista JAMA Pediatrics envolvendo 40.000 alunos do ensino fundamental e médio, que indica que os adolescentes consideram os cigarros eletrônicos como de alta tecnologia, acessíveis e convenientes, especialmente em locais onde fumar não é permitido. A nota da entidade recomenda uma proibição total sobre os cigarros eletrônicos para menores de idade e detalha preocupações de que estes produtos possam ser outro ponto de entrada para a dependência da nicotina entre os jovens. Cigarro eletrônico no Brasil Desde 2009, a Anvisa proíbe a importação e a venda de cigarros eletrônicos no Brasil. O cigarro eletrônico apresenta-se em diversos formatos, visualmente podendo se parecer com um cigarro, um charuto, uma cigarrilha ou mesmo com um cachimbo. A ponteira do aparelho funciona como piteira e contém um cartucho substituível, contendo um líquido composto de propileno glicol, nicotina e, eventualmente, substâncias aromatizantes. O usuário aspira uma névoa contendo pequenas gotículas do líquido e a nicotina que necessita para manter a dependência. Com informações da AHA

ONU adverte que guerra contra ebola será longa e pode levar 6 meses

O coordenador da ONU no combate ao vírus ebola, David Nabarro, alertou nesta segunda-feira (25) que a luta contra a epidemia é uma “guerra que ainda não foi vencida” e que pode levar seis meses ou mais. Durante uma entrevista coletiva à imprensa em Freetown, capital de Serra Leoa, Nabarro também lamentou a suspensão das rotas de várias companhias aéreas nos países afetados, o que, segundo ele, torna a missão da ONU “muito mais difícil”, até “impossível”. “Nós trabalhamos com medidas excepcionais em seis meses para controlar rapidamente a doença”, disse o epidemiologista britânico, ressaltando que “a epidemia de ebola avança em muitas áreas do país”. De acordo com o último registro da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 20 de agosto, o vírus ebola deixou 1.427 mortos em 2.615 casos registrados no oeste da África. “A luta para vencer o Ebola não é uma batalha, é uma guerra, que exige que todos trabalhem juntos, de forma dura e eficaz. Espero que esta guerra termine em seis meses, mas devemos continuar até que chegue ao fim”, declarou o Dr. Nabarro, acrescentando: “Nós ainda não vencemos”. Neste combate, uma nova frente se abriu, com a descoberta de um surto em uma área isolada da República Democrática do Congo (RDC), diferente daquele que assola o oeste africano, segundo autoridades de saúde congolesas e internacionais. A epidemia que foi declarada no início do ano na Guiné, antes de se propagar para Libéria e Serra Leoa, e posteriormente Nigéria, é a mais grave da história desta febre hemorrágica, identificada em 1976 na RDC. Na Libéria, país mais atingido, o governo anunciou a morte do médico Abraham Borbor, contaminado pelo vírus e que estava sendo tratado com o soro experimental americano ZMapp. O Japão propôs nesta segunda-feira para o combate ao Ebola o fornecimento de um outro tratamento experimental desenvolvido por uma companhia do país e homologado em março como um antiviral contra a gripe. Quarentena em 100 km2 – Um especialista da OMS em epidemiologia foi contaminado em Serra Leoa, o primeiro entre os quase 400 funcionários da área da saúde mobilizados nos países afetados. De nacionalidade senegalesa, este especialista deve ser transferido de Freetown para a Europa, segundo o governo do Senegal. A Europa recebeu no domingo um segundo caso de Ebola, depois de um padre espanhol infectado na Libéria, falecido em 12 de agosto. Trata-se de William Pooley, de 29 anos, um enfermeiro voluntário britânico contaminado em Kenema, no leste de Serra Leoa, epicentro da epidemia. Internado em uma unidade de isolamento no Royal Free Hospital de Londres, ele soube da infecção no sábado e ‘tem boas chances de recuperação’, indicou Robert Garry, um médico americano que trabalhou com ele em Kenema. O oeste africano já não é mais a única região afetada: o vírus Ebola ressurgiu em uma zona remota no noroeste da RDC, o sétimo surto registrado no país, matando 13 pessoas. A OMS concorda com as autoridades congolesas sobre a natureza isolada desta epidemia, ‘totalmente independente do surto no oeste africano’, escreveu um funcionário da organização em Kinshasa sob condição de anonimato. As autoridades congolesas lançaram sua resposta nesta segunda. O ministro do Interior, Richard Muyej, enviou a Kinshasa termômetros a laser para ajudar no controle da doença. O ministro da Saúde congolês, Félix Kabange Numbi, pediu apoio financeiro à comunidade internacional. Segundo ele, o país tem precisa imediatamente de dois milhões de dólares (1,5 milhão de euros) para lutar contra a doença. O setor, perto da cidade de Boende – cerca de 800 km a nordeste de Kinshasa -, foi colocado em quarentena em uma área de cem quilômetros quadrados. No total, pelo menos 11 pacientes foram isolados e mais de 80 pessoas que tiveram contato com os pacientes são acompanhados “por uma equipe especializada”. (Fonte: G1)

Agropecuarista defende mais florestas para combater falta d’água

As secas prolongadas que têm afetado diversos estados e levado à iminência de racionamento na maior cidade do país, São Paulo, não se resolverão só com a volta das chuvas. É preciso reflorestar as nascentes e margens dos rios para garantir um suprimento de água confiável e perene. O alerta não vem de setores ambientalistas, mas de um segmento durante muitos anos associado à derrubada das matas: os agropecuaristas. A segurança hídrica afeta não só as torneiras da população, mas coloca em risco o próprio negócio dos fazendeiros, que precisam de água abundante para irrigar suas plantações. A opinião foi externada na segunda-feira (25) pelo diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Alberto Figueiredo, em entrevista à Agência Brasil. “O que acontece é que a escassez de água, neste momento, está recrudescendo. Está acontecendo de fato e deixando milhares de pessoas na sede. O fato se tornou grave e alarmante. O que nos preocupa é que não há qualquer trabalho feito pelas autoridades no sentido de manter as fontes de água, as nascentes, as florestas nas encostas, as reservas ciliares para garantir os cursos d’água. Isso não acontece na intensidade que deveria, e pode fazer com que crescentes contingentes de pessoas fiquem sem água”, alertou Figueiredo. A escassez de água e a diminuição dos cursos d’água acabam por inibir novos projetos de irrigação e afetam as iniciativas existentes no campo, segundo o diretor da SNA. “A gente sabe que as produções, tanto agrícolas quanto pecuárias, sem irrigação, tornam o processo extremamente difícil em termos de produtividade”, salientou. Para ele, os governos deveriam incentivar, monetariamente, os fazendeiros a replantarem as áreas de preservação permanente, principalmente as encostas. As matas nesse tipo de terreno têm a função de reter e fazer infiltrar as chuvas, evitando que grande volume de terra acabe assoreando os córregos e rios. Segundo Figueiredo, “o novo Código Florestal diminuiu as exigências de reflorestamento em áreas declivosas, o que é grave, pois são terrenos que não dão produtividade nem para a pecuária nem para a agricultura, e se prestam efetivamente para as florestas. O que precisamos é fazer funcionar um dos artigos do Código Florestal que permite remunerar os produtores que fizerem conservação de recursos hídricos, pela manutenção das matas ciliares, ao redor das nascentes e também nas encostas”. Figueiredo acredita que as novas gerações de agropecuaristas têm nova visão ecológica do processo produtivo. “A geração atual está consciente disso. O que precisa é o governo fazer cumprir a legislação que existe. Hoje não há, por exemplo, profissionais distribuídos pelo interior para orientar os produtores em relação ao preenchimento do cadastro ambiental rural”, ressaltou. O dirigente da SNA também prega o aumento da produtividade na criação de gado, colocando mais animais em espaço menor e abrindo área para o reflorestamento. Pelas suas contas, “hoje temos 1,2 cabeça de boi por hectare, em média, no Brasil. Já estamos conseguindo, em algumas propriedades, 15 cabeças por hectares. Podemos multiplicar por dez, no mínimo, a produtividade, ou diminuir em 90% a área ocupada, mantendo a mesma produção. Esta área que vai ser liberada, a partir da racionalização do uso do solo, vai permitir que se recomponham as matas”. (Fonte: Agência Brasil)

Vigilância Sanitária de SC divulga alerta sobre consumo de moluscos

Sob suspeita de contaminação pela toxina diarreica (DPS), o consumo e o comércio de moluscos bivalves, como ostras, vieiras, mexilhões e berbigões, continuam proibidos em algumas localidades de Santa Catarina. A Vigilância Sanitária informou que adotou medidas para retirar os animais do comércio e impedir a venda ao consumidor. “Os moluscos bivalves não-inspecionados caracterizam-se por não garantir a rastreabilidade e sua procedência, não podendo ser comercializados. Por isso, devemos adotar medidas cautelares de apreensão e inutilização desses animais, conforme determina a legislação”, explicou a diretora da Vigilância, Raquel Bittencourt. Segundo ela, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) prossegue monitorando o Litoral com mais análises. “Assim que houver um comunicado sobre a desinterdição das áreas encaminharemos novas informações para as Regionais de Saúde, que deverão repassá-las aos municípios de sua abrangência”. No último sábado (23), o consumo foi liberado nas localidades de Laranjeiras, em São Francisco do Sul; Laranjeiras, em Balneário Camboriú; Praia do Cedro e Ponta do Papagaio, no município de Palhoça; Freguesia do Ribeirão, Costeira do Ribeirão, Caieira da Barra do Sul, Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis. Sintomas – As algas são alimentos dos mexilhões. A toxina não prejudica o cultivo de ostras e mariscos, mas, se os moluscos com DSP forem consumidos, podem trazer problemas para a saúde. Os sintomas são diarreia, náuseas, vômitos e dores abdominais. (Fonte: G1)

Imagens chocantes revelam o que diabetes pode fazer com uma ferida em apenas 10 dias

No final do ano passado, a Federação Internacional de Diabetes publicou a quinta edição de seu atlas que mostra o quadro atual da doença em escala global. Dos dados levantados pela instituição, vários são alarmantes. Atualmente, há no mundo 371 milhões de pessoas portadoras de diabetes com idades entre 20 e 79 anos – e este número é crescente em todos os países. Além disso, metade das pessoas portadoras deste mal desconhece a sua condição. Por último, o Brasil ocupa a quarta posição entre os países com maior prevalência de diabetes: 13.4 milhões de pessoas, o que corresponde a aproximadamente 6.5% da população entre 20 e 79 anos de idade. Levando tudo isso em conta, não parece um exagero continuar alertando a população para os riscos que a doença oferece e os cuidados que ela requer. As imagens que ilustram esta matéria mostram os terríveis danos que diabetes pode causar ao corpo em apenas uma questão de dias. Elas foram tiradas por um homem de 50 anos que havia desenvolvido lesões em seus pés depois que seus sapatos novos o machucaram. O homem, que era obeso, não tinha ideia de que estava sofrendo de diabetes. As pequenas lesões rapidamente se transformaram em uma infecção plenamente desenvolvida. Dentro de alguns dias, o seu pé direito estava preto, soltando pus e precisando urgentemente de procedimento cirúrgico. Sua história, relatada na revista “New England Journal of Medicine”, destaca o impacto devastador que a diabetes pode ter em todas as partes do corpo – especialmente nos pés. Segundo a organização não governamental britânica Diabetes UK, a cada 30 segundos alguém no mundo com a doença tem um membro inferior amputado. Pessoas com diabetes têm maior probabilidade de serem internadas com uma úlcera no pé do que com qualquer outra complicação. Isso ocorre porque a doença pode levar à má circulação e sensação reduzida nos pés – ou seja, pacientes, como este homem, não sentem quando seus pés estão doloridos ou entrando em atrito com alguma coisa. Eles podem desenvolver uma bolha ou uma queimadura pequena sem perceber, aumentando a probabilidade do desenvolvimento de ferida e, em seguida, de serem infectadas. A má circulação também significa que as feridas não se curam tão bem. Relatando o caso, os médicos do Hospital da Universidade de Genebra, na Suíça, disseram que o paciente chegou no hospital 10 dias após o início da infecção. Só então foi descoberto que ele sofria de diabetes e neuropatia periférica – que causa danos nos nervos das extremidades (como os braços, mãos, pernas e pés). A condição é normalmente vista em pacientes com níveis de açúcar mal controlados, como ele teria tido já que não tinha sido diagnosticado até então. A neuropatia periférica afeta 70% das pessoas com diabetes e é uma das muitas razões pelas quais a doença deve ser levada a sério. Um bom exemplo do motivo para isto é a rapidez com que as infeções do pé se desenvolvem nestas pessoas. O homem tinha fotografado a lesão duas vezes por dia e inicialmente esperava que o ferimento fosse curar por si só. As fotografias documentam a velocidade na qual a infecção se instalou. No primeiro dia, a pele ficou vermelha, devido à infecção. No terceiro dia, bolhas apareceram e, quando chegou ao sexto, tornou-se um abcesso e o tecido já estava morrendo. Por volta do dia 10, era uma ferida infecciosa de aparência horrível e necessitando de cirurgia. Após a cirurgia para remover a pele morta do ferimento e um tratamento com antibióticos por três semanas, a infecção foi curada. O homem também perdeu uma quantidade considerável de peso para ajudar a manter seu diabetes sob controle, conforme os médicos relataram. Fique atento! Os sinais clássicos de uma infecção incluem a pele tornando-se rosa ou vermelho brilhante e ficando inchada, além de uma sensação de calor ao toque e a liberação de pus amarelo/verde, que consiste de células mortas e micro-organismos. Para mais informações, visite o portal ADJ Diabetes, mantido por uma associação brasileira que fornece informações, cursos e luta pelos diabéticos. A Sociedade Brasileira de Diabetes também possui um site com notícias, artigos, publicações e até mesmo uma loja virtual voltada aos que sofrem com a doença. [Daily Mail]

Cientistas indicam que diabetes tipos 1 e 2 têm causa em comum e poderiam ser curadas

Um trabalho de cientistas das Universidades de Manchester (Reino Unido) e Auckland (Nova Zelândia) sugerem que as duas formas principais de diabetes são o resultado do mesmo mecanismo. As descobertas, publicadas na revista científica “FASEB Journal”, da Federação de Biologia Experimental dos Estados Unidos, fornecem evidências convincentes de que a diabetes tipo 1, também conhecida como infanto-juvenil, e a diabetes tipo 2 são causadas pela formação de aglomerados tóxicos de um hormônio chamado amilina. Os resultados, com base em 20 anos de trabalho na Nova Zelândia, sugerem que os diabetes tipos 1 e 2 poderiam ser retardados e potencialmente revertidos por medicamentos que impedem que a amilina forme esses aglomerados tóxicos. Além de produzir insulina, células do pâncreas também produzem outro hormônio chamado amilina. A insulina e a amilina trabalham normalmente em conjunto para regular a resposta do organismo à ingestão de alimentos. Se elas não são mais produzidas, os níveis de açúcar no sangue sobem, resultando em diabetes e causando danos a órgãos como o coração, rins, olhos e nervos, caso não sejam devidamente controlados. No entanto, um pouco da amilina que é produzida pode ser depositada em torno de células do pâncreas como aglomerados tóxicos que, em seguida, por sua vez, destroem as células que produzem insulina e amilina. A consequência desta morte celular é diabetes. Uma pesquisa publicada anteriormente pelo professor Garth Cooper, que liderou o estudo, sugeriu que este é o mecanismo causador de diabetes tipo 2. Esta nova pesquisa fornece fortes evidências de que o tipo 1 resulta do mesmo mecanismo. A diferença é que a doença começa cada vez mais cedo e progride mais rapidamente no tipo 1 em comparação com o 2, porque há deposição mais rápida de aglomerados de amilina tóxicos no pâncreas. A equipe do professor Cooper espera ter potenciais medicamentos para usar em ensaios clínicos nos próximos dois anos, a serem testados nos pacientes diabéticos tipo 1 e tipo 2. Estes ensaios clínicos estão sendo planejados com grupos de pesquisa na Inglaterra e Escócia. [Medical Xpress, FASEB Journal]

Por que tudo gira no universo?

Do micro ao macro, tudo gira no universo: os elétrons em torno de núcleos, luas em torno de planetas, planetas em torno de estrelas, estrelas em torno de galáxias… Por quê? Essa é uma questão que não pode ser respondida sem que voltemos ao início de tudo. Antes do nosso universo ser preenchido com matéria, antimatéria e radiação, estava em um estado de rápida expansão, onde a única energia encontrada no espaço-tempo era a energia intrínseca ao próprio espaço. Este foi o período de inflação cósmica que deu origem ao Big Bang que identificamos com o nascimento do que chamamos de nosso universo. Durante este tempo, tanto quanto podemos dizer, flutuações quânticas foram produzidas, mas não podiam interagir umas com as outras, já que a expansão do espaço era demasiado rápida. Ela também era a mesma em todos os lugares e em todas as direções, sem eixo preferencial de qualquer tipo. Quando a inflação acabou, a energia intrínseca do espaço foi convertida em matéria, antimatéria e radiação, e essas flutuações quânticas deram origem a regiões superdensas ou pouco densas no universo em rápida expansão. Isto é o que nós chamamos de Big Bang. Desde o início, todas as partículas fundamentais nascem com um momento angular intrínseco: uma propriedade conhecida como spin (em português, algo como “giro” ou “rotação”) que não pode ser separada da própria partícula (somente o bóson de Higgs, de todas as partículas fundamentais, tem um spin que é intrinsecamente zero). Quando estas partículas são criadas, não fazem isso orbitando qualquer outra, porque não tiveram a oportunidade de interagir com outras ainda. Mas elas já nascem com energias cinéticas intrínsecas e em locais com densidades variáveis. No começo do universo, conforme as partículas que nasciam colidiam e interagiam gravitacionalmente, as regiões mais densas atraíam mais e mais matéria e energia, enquanto as menos densas ficavam ainda mais escassas. Com isso, as diferenças gravitacionais entre elas foram aumentando cada vez mais. A menos que duas dessas fontes gravitacionais sejam ambas perfeitamente esféricas e se movam em uma velocidade ao longo da linha imaginária que as liga (o que é extremamente improvável), elas vão exercer um certo tipo de força sobre a outra: a força de maré. Cada porção de matéria e energia que se move relativamente não alinhada com qualquer outra porção de matéria e energia provoca uma interação gravitacional que cria um “torque” – um momento angular, uma grandeza vetorial da física que afeta cada pedaço de matéria que conhecemos. Conforme o tempo passa e o colapso gravitacional acontece, estas pequenas quantidades de momento angular – 50% das quais devem ser no sentido horário e 50% no anti-horário – são suficientes para causar aglomerados imensos de matéria a rodar muito lentamente. E eles continuam rodando, por causa do que chamamos de quantidades conservadas. Você provavelmente está familiarizado com a conservação de energia: a afirmação de que a energia não pode ser criada ou destruída. O momento angular também é uma dessas quantidades (que você pode observar na prática olhando uma patinadora puxando seus braços e pernas para perto de seu corpo). Ao mudar o que é conhecido como o momento de inércia (trazendo sua distribuição de massa mais perto de seu eixo de rotação), a conservação do momento angular determina que sua velocidade angular (ou velocidade de rotação) deve aumentar para compensar: momento angular Estrelas, planetas, luas e mesmo galáxias – todo sistema conhecido no universo – têm experimentado essas forças de maré, e tem uma quantidade diferente de zero do momento angular em relação a outros objetos no universo. Em resumo, gravitação, torques e a conservação do momento angular são os motivos pelos quais tudo gira no universo. [medium]

Estudante cria sistema capaz de purificar a água com a luz do Sol

A água pode parecer um recurso natural abundante. Mas, além de estar cada vez mais escassa, há lugares no mundo que ainda não têm água filtrada. Pensando nisso, Deshawn Henry, estudante de Engenharia Civil da Universidade de Buffalo, criou uma lente solar capaz de filtrar a água. O sistema de baixo custo tem potencial para ajudar as comunidades mais carentes. Para criar a lente, Henry usou materiais baratos de uma loja de hardware. O resultado foi um equipamento capaz de filtrar 99,9% das impurezas de um litro de água em cerca de uma hora. A ideia de Henry tem potencial para ajudar a população de países menos desenvolvidos, pois os tratamentos de água são caros. Mais de um bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água limpa. Isso leva à morte de uma criança com menos de 5 anos a cada minuto no mundo. A lente aumenta a luz solar e aquece um litro de água a uma temperatura suficiente para filtrá-la. À medida que o Sol muda de posição no céu, o recipiente de água precisa ser ajustado a fim de ficar no ponto focal da lente. O processo de aquecimento elimina os agentes patogênicos presentes na água, deixando-a limpa e potável. James Jensen, professor que supervisionou o projeto, disse em nota que o trabalho permite que uma família em região ensolarada possa tratar a água sem ter que gastar energia ou depender de tecnologias importadas. Mas como filtrar um litro de água por hora não é suficiente para atender a demanda de uma família de cinco pessoas, o estudante planeja aprimorar e criar uma lente maior, que conseguirá limpar uma quantidade maior de água. (Fonte: Info Online)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Série de animações aborda o tema “Consumo Consciente de Energia”

A AES Eletropaulo e o Instituto Akatu lançam nesta quarta-feira (20/08) o primeiro vídeo da série Consumo Consciente de Energia (#SejaMaisConsciente). Com linguagem simples e acessível, a série oito animações revela os impactos individuais, sociais, econômicos e ao meio ambiente das escolhas de consumo relacionadas à energia. A animação “Caminhos da energia”, que inaugura a série, explica o processo de geração, transmissão e distribuição de energia e está disponível em http://youtu.be/A5VmHl9JAGw. Quinzenalmente será lançado um novo vídeo da série, que poderá ser acessada nas redes sociais da AES Eletropaulo e do Instituto Akatu e compartilhados com a hashtag #SejaMaisConsciente. Os próximos vídeos trarão informações sobre os benefícios do uso da lâmpada LED, o consumo de energia na iluminação e a utilização do chuveiro elétrico. O objetivo da parceria é fornecer informações de maneira lúdica e didática para que os cidadãos possam entender a relevância do uso consciente de energia e, também, conhecer os impactos de suas escolhas de consumo. Os vídeos permitem que as pessoas compreendam que a mudança de comportamento individual é fundamental para o processo de construção de uma sociedade mais sustentável. O vídeo “Caminhos da energia” também será apresentado durante a 4ª edição da Virada Sustentável, em São Paulo, acompanhando a programação audiovisual do evento. As exibições serão realizadas na Praça Victor Civita, no dia 29/08, às 20h; no dia 30/08, às 18h30; e no Largo da Batata, no dia 31/08, às 19h30. A série de animações também poderá ser utilizada sem fins comerciais em projetos educacionais com públicos jovens e adultos, para trabalhar diversas questões de sustentabilidade. “Estamos comprometidos em educar as gerações atuais e futuras sobre a importância do Consumo Consciente de Energia. Se queremos uma sociedade desenvolvida e mais sustentável para todos, é nosso papel contribuir de forma permanente para que isso aconteça. Um dos caminhos é por meio da informação, engajamento e iniciativas que contribuam para mudança de hábito de cada um” informa Paulo Camillo, Vice-Presidente de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da AES Brasil. “Conteúdos audiovisuais como da série de animações Consumo Consciente de Energia (#SejaMaisConsciente) garantem que informações sejam disseminadas de forma lúdica e clara aos consumidores sobre os impactos de suas escolhas de consumo, e por isso têm alto potencial de promover mudanças de comportamento. O problema do consumo excessivo de energia – e o impacto negativo que essa prática tem sobre o meio ambiente e a economia – pode se transformar em uma oportunidade para tratar das práticas necessárias para se construir estilos mais sustentáveis de vida”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu. Consumidores querem economia de energia Para a prática do consumo consciente, o uso de energia é importante tanto do ponto de vista do consumo residencial quanto para as escolhas do consumidor. O que mais os brasileiros admiram nas empresas é se elas estão comprometidas com a redução de consumo de energia. A escolha foi a campeã nas menções (90%) da Pesquisa Akatu – Rumo à Sociedade do Bem-Estar, que questionou 800 pessoas de 12 grandes cidades de todas as regiões do País sobre “O que elas preferem ou admiram na atuação das empresas e o que as fariam mudar de comportamento com relação a um produto”. * Publicado originalmente no site Akatu.

Plano Nacional de Segurança Hídrica é apresentado

A construção do estudo uniu os Ministérios do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional de Águas, e o da Integração Nacional. Depois de dois anos de negociações, o governo brasileiro firmou parceria com o Banco Mundial para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), cuja proposta foi apresentada na tarde desta terça-feira (20/8), no auditório da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. O estudo estará concluído nos próximos dois anos e terá por base a segurança hídrica e a oferta de água suficiente para o abastecimento humano, além das atividades produtivas, evitando assim situações críticas como a vivida, atualmente, pelos habitantes do estado de São Paulo. A construção do PNSH uniu os Ministérios do Meio Ambiente (MMA), por meio da ANA, e o da Integração Nacional (MI), a partir da Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SHI), encerrando-se a fase de concepção do Plano, iniciada em 2012. O objetivo desse estudo é definir as principais intervenções estruturantes e estratégicas de recursos hídricos para o Brasil, tais como construção de barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. São consideradas infraestruturas necessárias para reduzir os riscos associados a eventos críticos, como secas e enchentes, além de garantir o abastecimento das populações nas cidades e no campo. O evento contou com as presenças dos ministros do MMA, Izabella Teixeira; do MI, Francisco Teixeira; do presidente da ANA, Vicente Andreu; e do representante do Banco Mundial, Marcos Thadeu Abicalil, entre outras autoridades. E marca o início dos trabalhos técnicos, considerando o ano de 2020 para identificar as demandas efetivas, e 2035 para as ações e obras a serem propostas. Preocupação De acordo com a ministra Izabella Teixeira, o Plano vai estudar todas as intervenções necessária para assegurar oferta de água para abastecimento. O objetivo, segundo a ministra, “é desenhar todas as alternativas necessárias para viabilizar a oferta de água no país em situações de estresse hídrico, inclusive dando critérios para priorização de investimentos e dialogando com o Plano Nacional de Saneamento Básico”. Pretende-se que as obras identificadas pelo Plano sejam executadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros, nas esferas federal e estadual. Mapeamento Para Marcos Abicalil, do Banco Mundial, esse Plano “é um marco no planejamento e no aumento de infraestrutura para a segurança hídrica”. O presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que o PNSH permitirá conhecer todos os reservatórios de água do país, a partir do mapeamento dos recursos hídrico dos 5.565 municípios brasileiros, já realizado pela Agência. Uma das diretrizes do Plano é que as obras tenham natureza estruturante e abrangência interestadual ou relevância regional, e garantam resultados duradouros em termos de segurança hídrica. As intervenções também deverão ter sustentabilidade hídrica e operacional. O PNSH vai analisar os usos setoriais da água sob a ótica dos conflitos existentes e potenciais pelo recurso e dos impactos no uso da água, em termos de quantidade e qualidade. A segurança hídrica considera a garantia da oferta de água para o abastecimento humano e para as atividades produtivas em situações de seca, estiagem ou desequilíbrio entre a oferta e a demanda do mineral. Além disso, o conceito abrange as medidas relacionadas ao enfrentamento de cheias e da gestão necessária para a redução dos riscos associados a eventos críticos, como secas e cheias. O estudo A ministra Izabella Teixeira destaca alguns aspectos que levaram em conta no estudo: 1) Os cenários críticos de 2020, as prioridades identificadas. 2) Os de 2035, a consolidação das propostas, do ponto de vista das intervenções de estrutura hídrica. 3) A preocupação em se discutir preservação (conjunto formado pelos poços, reservatórios e outros sistemas que compõem a rede de captação e distribuição de água) para abastecimento e redundância (construção de mais reservatórios para enfrentar fenômenos climáticos extremos) com infraestrutura. 4) Criação de um plano B numa situação de evento climático extremo, e assegurar mecanismos e procedimentos que levem água todos os brasileiros. * Com informações da Assessoria de Comunicação da Agência Nacional de Águas. ** Publicado originalmente no site Ministério do Meio Ambiente. (Ministério do Meio Ambiente)

Ministra alerta para baixa reserva de água no Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, alertou na quarta-feira (20) para a baixa reserva de água no país, lembrando a situação vivida no início desta semana pelos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e Minas Gerais em relação ao abastecimento do Rio Paraíba do Sul. Izabella disse que o país precisa discutir a questão. “Se você tirar todos os reservatórios de energia elétrica do país, sobra muito pouco para o abastecimento. Temos que discutir a reservação e também a estrutura de redundância.” Ela citou o próprio Rio de Janeiro, explicando que o estado tem “forte dependência” do Rio Paraíba do Sul por ter pouca reservação. A estrutura de redundância citada pela ministra trata da existência de sistemas auxiliares de estrutura hídrica que podem suprir eventuais falhas no sistema principal. “Se não chover em determinada região, seria possível deslocar água de outras áreas para atender àquela região. Segurança hídrica é garantir que se oferecerá água em situações de estresse”, explicou a ministra, após o lançamento do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), em Brasília. O PNSH vai ao encontro dos problemas enfrentados pela Região Sudeste nos últimos dias. O objetivo é diagnosticar quais áreas de gestão e de infraestrutura do setor devem sofrer alterações para que não haja escassez no fornecimento de água a partir dos próximos anos. De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o PNSH vem para garantir o abastecimento de água para a população, independentemente da ocorrência de chuvas no país. O trabalho da agência nesse cenário é planejar as mudanças que serão executadas pelos estados ou pelo governo federal em uma etapa posterior. O plano é resultado de uma parceria entre a ANA, o Ministério da Integração Nacional e o Banco Mundial, no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água. O PNSH tem prazo até 2020 para identificar as necessidades do setor de recursos hídricos e até 2035 para realizar as intervenções necessárias em barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. A meta é que as obras identificadas pelo plano sejam realizadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros nos estados e em âmbito federal. (Fonte: Agência Brasil)

Água mineral vai ter selo de qualidade do Inmetro

O consumidor que quiser ter certeza que a água mineral está dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação do setor contará com a ajuda do Inmetro. O instituto publicou no mês passado, e já está em vigor, a Portaria 307/2014, que concederá um selo de qualidade às águas mineirais naturais e potáveis envasadas, vendidas em embalagens descartáveis e de vidro retornável que atenderem aos Requisitos de Avaliação da Conformidade estabelecidos pelo documento. A adesão por parte das fabricantes é voluntária, já que a regulamentação não foi motivada por constatação pela reguladora do setor de problemas na qualidade das águas envasadas no Brasil, explica Roberta Chamusca, técnica da Divisão de Regulamentação Técnica e Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro. Ela conta que o pedido do selo partiu da própria indústria, que busca elevar a competitividade dos produtos feitos no país. “O pedido de certificação partiu da Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais) depois que delegações estrangeiras, por receio de consumir águas brasileiras, trouxeram de seus países a bebida, para o Panamericano (jogos que ocorreram no Rio em 2007). É uma forma de protegerem a competitividade delas. Dessa forma, os consumidores terão maior segurança sobre a qualidade do que estão consumindo”, complementa Roberta. Para obterem o Selo de Identificação da Conformidade, as águas mineral e a potável de mesa envasadas terão de ser aprovadas em uma série de testes feitos em certificadoras acreditadas pelo Inmetro. Serão realizadas desde a inspeção do rótulo e da tampa da embalagem, para verificar se há risco de adulteração do conteúdo, até a determinação das características químicas e microbiológicas das bebidas. “São feitos testes para verificar se há presença de, pelo menos, cinco bactérias, além do tolerado pela legislação”, informou a técnica do Inmetro. Carlos Alberto Lancia, presidente e hidrogeólogo da Abinam, conta que, das 400 empresas de água mineral do país, pelo menos 10% delas, ou seja, 40 fabricantes, já sinalizaram que vão aderir à certificação. Ele acredita que, a partir dessas adesões, o restante das empresas também vão procurar se habilitar para receber o selo. “Já temos maquinário adequado para recebermos a certificação. Só precisamos capacitar nosso pessoal para atender ao que pede a regulamentação, que torna ainda mais rígida as regras para o envase de água mineral, inclusive para o controle de bactérias.” Só este ano a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a venda de duas marcas de água mineral natural (Raposo e São Lourenço) por presença, além do permitido pela vigilância sanitária, da bactéria Pseudomonas aeruginosa. De acordo com a reguladora, a bactéria em quantidades como as identificadas nos lotes desses dois produtos pode afetar o sistema imunológico e causar infecção bacteriana. A proibição foi preventiva, tendo em vista que a reguladora não registrou nenhum caso de consumidor que tenha adoecido após consumidor as bebidas. Lancia rebate a informação da Anvisa, e diz que esta bactéria encontrada em quantidade além do permitido pela legislação não causa dano à saúde. “Ela é comum, inclusive, na água de rede que chega às casas”, complementa o presidente da entidade. O processo de certificação inclui, ainda, auditorias na empresa responsável pelo envase da água, para avaliação dos requisitos de boas práticas de fabricação e o atendimento à legislação vigente. De acordo com Roberta, como a portaria é recente e as certificadoras ainda precisam se adequar ao regulamento para começar a certificar as fabricantes. Nenhuma indústria requereu o selo ainda, informa. Ela acredita que os consumidores começarão a encontrar águas com selo a partir de 2015. A certificação toma por base regulamentos da Anvisa e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) do Ministério de Minas e Energia. (Fonte: O Globo)

Moscas varejeiras carregam alta porcentagem de bactérias que causam doenças em humanos

Cerca de 30% dos microrganismos encontrados em moscas varejeiras são capazes de causar doenças em seres humanos, revelou um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da PennState University, dos Estados Unidos, e da Nanyang Technological University, de Cingapura. Entre as bactérias encontradas nos corpos dos insetos estavam a Yersinia pestis, causadora da peste bubônica, a Helicobacter pylori, associada ao surgimento de gastrite, úlcera e câncer de estômago, e diversas espécies que podem provocar gastroenterite, pneumonia e infecções urinárias. Os dados foram apresentados por Ana Carolina Martins Junqueira, pesquisadora do Singapore Centre on Environmental Life Sciences Engineering (Scelse), de Cingapura, durante o evento “Advanced Topics in Genomics and Cell Biology”, realizado entre os dias 4 e 6 de agosto na Unicamp. “Todo mundo sabe que moscas são insetos sujos, mas o índice de bactérias patogênicas foi tão alto que ficamos assustados. É o microbioma mais patogênico já descrito. Vamos iniciar agora alguns experimentos para descobrir se elas apenas transportam os microrganismos ou se podem, de fato, transmitir essas doenças para as pessoas ao pousar na comida, por exemplo”, contou Junqueira. Os cientistas analisaram a microbiota encontrada no corpo de 127 moscas, de 19 espécies que costumam ser atraídas por matéria orgânica em decomposição. Os insetos foram coletados em 12 locais diferentes do Brasil e dos Estados Unidos durante o pós-doutorado de Junqueira – realizado na Unicamp com apoio da FAPESP. Nos arredores de Campinas, a coleta foi feita em um hospital público, um mercado de comidas, um parque de área urbana e um lixão. Também foram realizadas coletas em uma reserva natural da Floresta Amazônica e em seis estábulos de diferentes espécies de animais criados no campus da PennState University, em University Park, Pennsylvania. Uma linhagem foi mantida em um laboratório do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG/Unicamp) como controle. Originalmente, contou Junqueira, o objetivo do projeto era sequenciar o genoma mitocondrial de 20 espécies de moscas pertencentes à ordem Diptera, bem como estudar a evolução desses insetos com auxílio de plataformas de sequenciamento de nova geração. “No início, tive certa dificuldade para sequenciar determinados fragmentos do genoma. Posteriormente, conheci Stephan Schuster, na época professor da PennState University, que se interessou pelo trabalho e decidiu colaborar”, contou Junqueira. Schuster propôs que a melhor maneira de mapear o genoma mitocondrial seria sequenciar tudo que havia nas moscas coletadas, inclusive a microbiota por elas transportada, e depois filtrar os genomas associados (metagenoma) durante a etapa de análise dos dados. “Primeiro sequenciamos apenas a cabeça, depois o tórax, o abdômen e, por último, patas e asas”, contou a pesquisadora. Após terminar o pós-doutorado, Junqueira trabalhou com Schuster nos Estados Unidos para fazer a análise do metagenoma. Para isso, foi necessário desenvolver novas técnicas, de modo a otimizar o tratamento e a categorização do imenso volume de dados gerados pelos métodos de sequenciamento de nova geração. “Por meio de análises estatísticas dos microrganismos encontrados, foi possível separar as moscas de ambiente urbano, as da Amazônia, as de ambiente rural e as de laboratório. Isso mostra que o ambiente tem um peso muito maior na modulação do microbioma do que a espécie em si”, disse Junqueira. De acordo com a pesquisadora, o número de patógenos encontrados nas moscas de ambientes urbanos foi muito maior que nas demais, provavelmente porque nesse ambiente há maior quantidade disponível de lixo e de matéria orgânica em decomposição. “O grande problema é que esses insetos comutam facilmente entre um ambiente sujo, como um lixão, e o churrasco das nossas casas. Nas moscas coletadas dentro do hospital, por exemplo, encontramos bactérias responsáveis por dois terços das infecções hospitalares do mundo”, disse Junqueira. Além das bactérias patogênicas para humanos, acrescentou a pesquisadora, também foram encontradas espécies que podem causar doenças em animais e em plantas. “Defendemos a hipótese de que esse tipo de inseto pode ser usado como sensor ambiental e ajudar a predizer surtos, principalmente em regiões de fronteira, portos, aeroportos. Poderíamos monitorar a contaminação dos ambientes por meio da análise do microbioma das moscas”, afirmou a pesquisadora. Aedes – Atualmente no Singapore Centre on Environmental Life Sciences Engineering, Schuster e Junqueira estão usando a mesma abordagem criada no estudo com moscas varejeiras para investigar o microbioma do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. “O objetivo é ver se há diferença entre os microrganismos encontrados em mosquitos infectados pelo vírus da dengue e os não infectados. O estudo ainda está no começo e, por enquanto, só trabalhamos com espécimes de laboratório. Mas já vimos diferenças entre as bactérias existentes nesses dois grupos”, explicou a pesquisadora. No futuro, os cientistas pretendem investigar a possibilidade de inibir a infecção do mosquito pelo vírus por meio da modulação do microbioma existente em seu corpo. Paralalelamente, Junqueira também colabora com pesquisadores do Laboratório de Genética e Evolução Animal do CBMEG/Unicamp, liderado pela professora Ana Maria Lima de Azeredo-Espin. O grupo analisa microRNAs de diferentes espécies de moscas varejeiras e pragas da pecuária para tentar entender a regulação de genes envolvidos no hábito alimentar desses insetos, com o apoio da FAPESP. “O estudo poderá gerar dados a respeito de fatores genéticos das moscas que estão associados à atração por matéria orgânica em decomposição ou tecidos vivos, além de proporcionar dados fundamentais para o estudo da interação hospedeiro-microbioma”, contou Junqueira. (Fonte: Agência FAPESP)

Anvisa determina recall de Toddynho

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou à vigilância sanitária de São Paulo que seja feita uma inspeção na fábrica da PespsiCo em Guarulhos, onde é produzido o achocolatado Toddynho. "De acordo com a avaliação laboratorial feita pelo controle de qualidade da empresa, houve uma falha na vedação da conexão entre dois tubos, que provocou a contaminação do produto por Bacillus cereus. Essa bactéria está presente no meio ambiente, mas, quando presente em alimentos, pode levar a quadros de vômitos, náuseas e diarreia", informou a Anvisa. A entidade reuniu-se com representantes da empresa para avaliar o recolhimento do produto, que vem sendo conduzido pela própria PepsiCo. Durante o encontro, foram apresentadas as medidas adotadas pelo fabricante para retirar o produto do mercado e informar aos consumidores que o lote L15 51 23:04 a 23:46 (distribuído no Rio Grande do Sul) não deve ser consumido. A recomendação é que quem tiver comprado um produto do lote do recall não deve consumi-lo. Ele deve entrar em contato com a empresa para pedir a troca ou o reembolso do produto. A solicitação pode ser feita gratuitamente pelo telefone 0800 703 2222, das 8h às 20h, ou pelo e-mail sac@pepsico.com. Segundo a agência, a inspeção na fábrica e a análise da documentação apresentada pelo fabricante serão importantes para definir se há necessidade de alguma ação complementar. Em casos de dúvidas, os consumidores podem entrar em contato com a Anvisa por meio da Central de Atendimento: 0800 642 9782. Agência Brasil

Disputa pela água em São Paulo revela descaso com os rios

A seca que afeta drasticamente a região Sudeste e acirra a disputa por água entre São Paulo e Rio de Janeiro expõe a fragilidade e o desmonte do Sistema Nacional de Recursos Hídricos no Brasil, associada à incapacidade da Agência Nacional de Águas para promover a gestão compartilhada da água, dirimir conflitos e garantir o acesso à população. A disputa por água que teve início neste ano entre as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Piracicaba – e agora se agrava entre os Estados da região Sudeste – revela também o descaso com os rios e como a falta de investimentos em saneamento básico aumentam a crise. A escassez de água na região Sudeste não se deve apenas à super exploração e ao clima, é decorrente também da poluição dos rios por falta de tratamento de esgoto, do baixo controle de efluentes industriais e do uso de defensivos agrícolas. A poluição e o desperdício agravaram o impacto da seca e a disputa pelos poucos mananciais que apresentam qualidade de água boa. Refém do setor elétrico há décadas, o sistema de recursos hídricos, implementado há 17 anos no Brasil justamente para buscar o uso racional da água e o enfrentamento de crises, estabelece que a gestão da água deve ser compartilhada entre a União e os Estados. E o planejamento estratégico, a definição dos usos prioritários e a tomada de decisão deve se dar por bacia hidrográfica, com a participação da sociedade e dos usuários públicos e privados, nos Comitês de Bacias Hidrográficas. Apesar da legislação de recursos hídricos ser considera avançada e reconhecida no cenário internacional, o conflito com o setor elétrico é antigo e tem se sobreposto à gestão da água. A ANEEL, agência reguladora do setor energético, toma decisões de forma centralizada, enquanto que a ANA, agência reguladora da água, atua de forma compartilhada com os órgãos gestores dos Estados e seus sistemas de gerenciamento de recursos hídricos. Essa diferença essencial no modelo de gestão, somada ao privilégio e poder de um setor em detrimento do outro, tem representado na prática o enfraquecimento do Sistema de Recursos Hídricos na esfera federal e nos Estados. Passadas quase duas décadas da Lei de Recursos Hídricos (9433/97), apenas oito comitês de bacias hidrográficas foram implantados em rios interestaduais, de domínio da União. Dentre eles, os mais antigos e atuantes são justamente os dos rios Paraíba do Sul e o Piracicaba, Capavari e Jundiaí, que estão no centro da crise. Outros 141 Comitês de Bacias estão instalados e em funcionamento nos Estados. Deixar que a tomada de decisão em relação ao uso ou a reservação dos volumes de água do Rio Jaguari paulista ou do Jaguari mineiro, formador do Sistema Cantareira, se dê por decisão política nos Estados ou de forma unilateral pela ANA será um enorme retrocesso. Pois nem cariocas nem paulistas podem ficar sem água para abastecimento humano por conta do setor elétrico ou da necessidade de uso de água desses rios para diluição de esgotos. Neste momento de crise, esperamos que a ANA e os Governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro reconheçam os Comitês de Bacias para planejamento e tomada de decisão. É preciso tratar a gestão da água de forma estratégica e integrada com a priorização de investimentos em saneamento básico, na despoluição dos rios e na recuperação e conservação de matas essenciais para que possamos garantir água em quantidade e qualidade nos próximos anos. * Malu Ribeiro é coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica. ** Publicado originalmente no Blog do Planeta e retirado do site SOS Mata Atlântica.

Atividade humana causou a extinção de 322 animais nos últimos 500 anos

Segundo estudo publicado em uma edição especial da revista Science, nossa espécie provocou a extinção de 322 animais ao longo dos últimos 500 anos, sendo dois terços nos últimos dois séculos. Muitos animais ainda correm o risco de desaparecer, e o ritmo de extinção de anfíbios e invertebrados preocupa os especialistas. O segundo grupo foi reduzido quase a metade, enquanto a população humana dobrou nos últimos 35 anos. Ecologistas, zoólogos e outros cientistas acreditam que podemos chegar a um ponto irreversível em escala global se medidas urgentes não forem tomadas para reverter esse processo. “Se as taxas atuais de crescimento continuarem a subir, a população humana chegará a 27 bilhões em 2100, o que é obviamente uma opção impensável e insustentável”, enfatiza o co-autor do estudo, Rodolfo Dirzo, professor de ciências ambientais da Universidade de Stanford. Dirzo e seus colegas sugerem uma “redução da pegada humana per capita” por meio do desenvolvimento e implementação de tecnologias neutras em carbono, produção mais eficiente de alimentos e produtos, redução do consumo e do desperdício. Segundo os pesquisadores, também é essencial frear o crescimento da população humana. Haldre Rogers e Josh Tewksbury, autores de outro artigo na mesma edição, acreditam que “os animais são importantes para as pessoas, mas em geral, são menos valorizados que alimentos, emprego, energia, dinheiro e desenvolvimento. Enquanto forem considerados irrelevantes para o atendimento dessas necessidades básicas, os animais selvagens sairão perdendo”, acrescentam. No entanto, preservar os animais e a saúde dos ecossistemas aquece economias em escala global. Tewksbury, diretor da Instituto Luc Hoffmann do Fundo Mundial para a Natureza, destaca que a pesca na Bacia do Rio Mekong, no Sudeste Asiático, sustenta 60 milhões de pessoas. Rogers, pesquisador do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Rice, acrescenta que 73% dos visitantes da Namíbia são turistas ecológicos, e o dinheiro que movimentam responde por 14,2% do crescimento econômico do país. “A observação de baleias na América Latina, sozinha, fatura mais de 275 milhões de dólares por ano”, exemplifica Tewksbury. “Diversos estudos demonstram que as tartarugas valem mais vivas do que mortas”. Nos Estados Unidos, a observação de tubarões rende 314 milhões de dólares por ano e gera 10 mil empregos diretos. A saúde humana, a polinização, o controle de pragas, a qualidade da água, a disponibilidade de alimentos e outros fatores críticos também dependem da estabilidade do ecossistema, destacam os pesquisadores. Um outro artigo publicado na última edição da Science descreve medidas controversas, que vão além dos esforços básicos de conservação: o retorno à vida selvagem, ou seja, a reinserção de espécies subrepresentadas na natureza; a remoção de espécies invasoras e a ressurreição de espécies já extintas, talvez a mais polêmica de todas. “As implicações da ressurreição de espécies já são debatidas, e isso inclui o método de seleção dos melhores candidatos ao processo”, explica um dos autores do artigo, Philip Seddon. O zoólogo da Universidade de Otago afirma que os esforços de recuperação e reintrodução de espécies têm mostrado progressos. “A águia-careca, o condor da Califórnia e o peru selvagem são grandes histórias de sucesso”, comenta Rogers, citando espécies quase extintas nos Estados Unidos cujas populações voltaram a crescer, graças a projetos de reprodução assistida. Rogers e Tewksbury também estão trabalhando na ilha de Guam, onde a cobra-arbórea-marrom, uma espécie invasiva introduzida há 30 anos, praticamente dizimou os pássaros. Sem seus dispersores de sementes, as florestas foram prejudicadas, e os danos ambientais causaram prejuízos financeiros aos moradores. No entanto, é um erro limitar o valor dos animais não-humanos a seu valor econômico, acreditam os pesquisadores. “Assim como as pinturas rupestres, que representam o surgimento da arte, e os ícones globais da cultura e do esporte, os animais selvagens fazem parte da nossa sociedade, e sob uma perspectiva evolucionária, devemos a eles quem somos hoje”, comenta Tewksbury. “Portanto, a perda desses animais em várias partes do mundo é uma perda para toda a humanidade”, conclui. (Fonte: Animal Planet)

Controle de epidemia de ebola levará 6 meses, diz Médicos Sem Fronteiras

Serão necessários seis meses para controlar a atual epidemia de ebola que atinge a África Ocidental, disse a chefe da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta sexta-feira (15). Para Joanne Liu, o trabalho requer uma grande liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Se nós não estabilizarmos a Libéria, nós nunca vamos estabilizar a região” , disse Liu após uma viagem de dez dias à região. “Nos próximos seis meses nós devemos conseguir controlar a epidemia, essa é a minha impressão”, afirmou, acrescentando que mais especialistas são necessários nos locais atingidos. Segundo a chefe da MSF, a crise provocada pela febre hemorrágica do ebola supera a capacidade das organizações de ajuda para conter a epidemia. “Está deteriorando rápido, espalhando mais rápido que nossa capacidade de enfrentar. Como em tempos de guerra, temos uma falha total das infraestruturas”, disse. (Fonte: G1)

Estudo indica que excesso de sal mata 1,65 milhão ao ano

O consumo excessivo de sal causa 1,65 milhão de mortes ao ano no mundo, revelou um estudo publicado na quarta-feira, segundo o qual a ingestão diária dobra a quantidade recomendada pela OMS. O excesso de sal pode causar pressão alta, que é um fator causador de doenças cardíacas e derrames, segundo um estudo publicado no New England Journal of Medicine. Essas mortes “representam quase uma em cada dez mortes por causas cardiovasculares em todo o mundo”, disse o encarregado da pesquisa, Darius Mozaffarian, decano da Escola Friedman de Ciências e Normas da Nutrição, da Universidade de Tufts (Massachussets, nordeste). Cientistas desta universidade e de Harvard pesquisaram a ingestão de sódio de 205 participantes de 66 países e concluíram que a média diária de consumo em 2010 foi de 3,95 gramas, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda não ingerir mais de duas gramas por dia. “Essas novas conclusões denunciam a necessidade de políticas fortes para reduzir o sódio nas dietas nos Estados Unidos e em todo o mundo”, acrescentou Mozaffarian. Os números variam de acordo com as regiões: a ingestão foi de 2,18 gramas por dia na África Subsaariana, enquanto na Ásia Central alcançou 5,51. Nos Estados Unidos foi de 3,6. O governo americano recomenda 2,3 gramas. No entanto, um artigo anexo da doutora Suzanne Oparil, da Universidade do Alabama (sul), pediu cautela na hora de interpretar os resultados pela “falta de dados de alta qualidade”. Outra pesquisa publicada no mesmo número do New England Journal of Medicine mostrou que tanto índices altos e baixos de sódio são vinculados a um risco maior de uma pessoa morrer ou desenvolver doenças cardiovasculares. Segundo a doutora Oparil, isto torna mais complexo o tema de se as dietas pobres em sódio podem causar prejuízos à saúde. (Fonte: UOL)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

2 de agosto, o novo 1º de abril para o Meio Ambiente

Hoje, dia 02 de agosto de 2014, todos os lixões do País encerram suas atividades porque há cerca de quatro anos, o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionava a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, entre outras coisas, determinou a data de hoje para ser implantada a disposição final adequada dos rejeitos, ou seja em aterros sanitários. Será? O Congresso Nacional já está trabalhando duramente para não penalizar os prefeitos, pois estamos em ano eleitoral. A Medida Provisória 651 desobriga a destinação de rejeitos em aterros sanitários por até oito anos. Mas não fique revoltado com esta notícia agora, pois na prática, a legislação é descumprida há décadas. Em 1981, foi instituida a Política Nacional do Meio Ambiente. E destinar resíduos em lixões é crime desde 1998, com a promulgação da Lei dos Crimes Ambientais. Alguém foi preso? Punido? Não no país onde sempre tem um jeitinho, seja deixando o lixão mais arrumadinho com galpões e áreas de coleta, seja usando artifícios legais, como falta de verba para implantação das mudanças necessárias. O que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (criada na Lei 12.305) diz é que aterros sanitários precisam ter diferentes sistemas de drenagem, que separam o chorume (líquido resultante de decomposição) e os gases, além de acondicionar os resíduos no solo com membrana impermeável, de modo a não poluir o lençol freático. E se só deve ir para o aterro o que não pode ser reaproveitado (reciclado), o que não é descartado deve ter por destino as usinas de reciclagem, efetivando a logística reversa. E a coisa melhora Segundo o www.portalmidia.net, como medida de implantação de políticas ambientais, prefeitas dos municípios de Sertãozinho e Alagoinha viajam para Espanha, onde ficarão uma semana em Barcelona, com a finalidade de conhecer as instalações de resíduos sólidos, entre outros compromissos. As prefeitas fazem parte da diretoria do Consórcio de municípios que estão se organizando para instalação de um aterro sanitário. Em 2012 os municípios deveriam ter entregado aos estados os planos de gestão integrada dos resíduos sólidos, com o mapeamento dos rejeitos produzidos, os riscos e os destinos dos mesmos. A localidade que não cumprisse a determinação perderia verbas provenientes da União. As prefeitas então deviam estar muito preocupadas com seu atraso e correram viajar para a Europa. “O governo, mesmo quando perfeito, não passa de um mal necessário; quando imperfeito, é um mal insuportável.” Thomas Paine http://www.setorreciclagem.com.br/

Fernando de Noronha instala usina de energia solar

Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural, Fernando de Noronha, arquipélago de Pernambuco, inaugura sua primeira usina solar fotovoltaica. Localizada em um terreno de cinco mil metros quadrados, terá potência instalada de 400 kWp (quilowatt-pico) gerando cerca de 600 MWh/ano, equivalente a 4% do consumo da ilha. Com investimento de cinco milhões de reais, a Usina Solar Noronha I do Grupo Neoenergia é composta por 1.644 painéis de silício policristalino. A operação foi realizada por meio do Programa de Eficiência Energética da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Até então, todo o abastecimento da ilha era proveniente da Usina Termelétrica Tubarão. A utilização da radiação solar como fonte renovável de energia, reduzirá o consumo em cerca de 200 mil litros de óleo diesel por ano. Após o período de um ano, a usina será doada ao Governo Federal, que terá uma economia superior a R$ 100 mil/ano referente ao consumo de energia. Noronha II – Além da Usina Solar Noronha I, a ilha receberá também uma nova unidade solar fotovoltaica. Concebido pela parceria entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Sectec), e a Celpe, o projeto de Eficiência Energética ampliará o parque de energia renovável no arquipélago. Os painéis fotovoltaicos da Usina Solar Noronha II serão instalados sob uma área de concreto de oito mil metros quadrados, pertencente ao Governo do Estado. O sistema que converte a radiação solar em energia elétrica terá potência instalada de 500 kWp, vai gerar cerca de 777 MWh/ano – o que corresponde a 6% do consumo da ilha. A energia produzida será injetada na rede de distribuição da concessionária. Com a entrada em operação das usinas solares fotovoltaicas, o sistema elétrico de Fernando de Noronha será monitorado com o objetivo de definir a melhor estratégia para maximizar a geração renovável. A previsão é que a Usina Solar Noronha II entre em operação no primeiro semestre de 2015. (Fonte: CicloVivo)

O exercício é o melhor remédio, mostra estudo com mulheres idosas

Um estudo da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, mostrou que as mulheres se beneficiariam muito se exercícios fossem receitados como remédio. A pesquisa revelou que atividade de intensidade moderada a alta é essencial para reduzir o risco de morte em mulheres idosas. Segundo Debra Anderson, do Instituto de Saúde, Biomédica e Inovação da Universidade, além de tratamentos convencionais para a saúde física e mental, os profissionais de saúde devem prescrever programas de exercícios adaptados a mulheres mais velhas. Em coautoria com Charlotte Seib, Anderson publicou seu artigo na revista “Maturitas”, publicação internacional de saúde de meia-idade e além. “Pensávamos que 30 minutos de exercícios leves por dia eram o suficiente para melhorar a saúde, mas a pesquisa agora nos diz que as mulheres mais velhas deveriam estar fazendo pelo menos 30 a 45 minutos, cinco vezes por semana”, conta a cientista. Também é importante que o exercício seja adaptado para garantir que tenha alta intensidade suficiente para obter os efeitos positivos. Os estudos da dupla mostraram que exercícios de alta intensidade depois de uma vida sedentária reduzem significativamente o risco de morte. “Os idosos que realizam atividade física regular também relatam significativamente menos deficiência, melhor função física e isso independe de sua massa corporal”, disse Anderson. De acordo com o estudo, as mulheres mais ativas têm mais chances ​​de sobreviver do que aquelas menos fisicamente ativas. “Temos uma população em envelhecimento e, como resultado, a promoção do envelhecimento saudável tornou-se uma estratégia importante para reduzir a morbidade e a mortalidade”, explica. A pesquisa também apontou conexões entre o exercício e melhorias no bem-estar mental. Anderson, que trabalha em estreita colaboração com mulheres mais velhas em programas especializados no bem-estar de idosos, disse que elas foram capazes de realizar uma série de atividades além de simplesmente caminhar, como correr, nadar, escalar e praticar equitação. Para ela, os profissionais da saúde deveriam desenvolver programas de exercícios para serem praticados em casa e que sejam “fáceis de incorporar como parte das atividades cotidianas”. [ScienceDaily]

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Casos de coqueluche aumentam em todo o mundo

O número de casos de coqueluche no Distrito Federal aumentou, seguindo a tendência de crescimento mundial dos últimos três anos. Até julho deste ano foram confirmados 89 casos na capital federal. Em todo o ano passado, foram registrados 119 casos. Segundo o Ministério da Saúde, apesar do aumento dos casos da doença no mundo, principalmente nos EUA e Europa, no Brasil os casos diminuíram em 2014, na comparação com o ano passado. Até 14 de junho deste ano foram registrados 2.544 casos da doença, redução de 24% se comparado ao mesmo período de 2013, quando foram identificados 3.369 casos. A imunização contra a coqueluche é oferecida para crianças na rede pública. O calendário de vacinas começa com a pentavalente, administrada aos 2 meses, 4 meses e 6 meses. A criança recebe ainda dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche). O primeiro reforço da imunização é aos 15 meses e o segundo aos 4 anos. Segundo a gerente do Núcleo de Controle de Doenças Imunopreviníveis, Ana Luiza Grisoto, ao longo do tempo as pessoas vão perdendo a imunidade da vacina e os adultos acabam contaminando as crianças – os mais atingidos são os bebês menores de 1 ano, que ainda não estão com o calendário vacinal completo. “A transmissão é pelo contato direto, então a própria mãe pode passar para o filho. No adulto, os sintomas são mais leves e às vezes passam despercebidos, mas no bebê, eles são muito mais severos”, disse a gerente. Por isso, o Ministério da Saúde quer incluir no calendário nacional aa vacina tríplice acelular (DTPa). A previsão é que ela esteja disponível até o final deste ano para gestantes, preferencialmente a partir da 27ª semana de gestação. O objetivo é reduzir a transmissão da coqueluche entre recém-nascidos e garantir proteção indireta nos primeiros meses de vida. A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmitida pelo contato direto de pessoa doente, através de gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por acessos de tosse seca. (Fonte: Agência Brasil)

OMS declara epidemia de ebola uma emergência de saúde internacional

A epidemia de ebola que assola a África Ocidental agora constitui um risco para a saúde internacional, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa epidemia, que é o pior surto do vírus da história, já tomou a vida de 961 pessoas, sendo que 1.779 foram infectadas, segundo estima a última atualização da OMS. “A resposta internacional coordenada é considerada essencial para parar e reverter a propagação internacional do ebola”, disse a OMS em um comunicado na última sexta-feira (8). Apesar de todos os países com transmissão de ebola – até agora Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa – declararem emergência nacional, não deve haver nenhuma proibição geral de viagens ou de comércio internacional. Prevenção O ebola não tem cura comprovada e não há vacina para prevenir a infecção, de forma que o tratamento se concentra em aliviar os sintomas como febre, vômitos e diarreia, que podem contribuir para desidratação grave. Keiji Fukuda, diretor de segurança sanitária da OMS, destacou que, com as medidas certas para lidar com pessoas infectadas, a propagação do vírus – que é transmitido através do contato direto com fluidos corporais – poderia ser interrompida. “Esta não é uma doença misteriosa. Esta é uma doença infecciosa que pode ser contida. Não é um vírus que se espalha pelo ar”, explica. Fukuda disse que é importante que qualquer pessoa com ebola seja imediatamente tratada e mantida em isolamento por um mês. “Com base em estudos científicos, as pessoas que têm a infecção podem disseminar o vírus por até 30 dias”, disse. Dificuldades Segundo a OMS, em parte, o surto ainda não foi contido por causa da fraqueza dos sistemas de saúde nos países atualmente afetados, que não têm recursos humanos, financeiros e materiais para lidar com ele. Até agora, as três medidas conhecidas para parar surtos de Ebola – controle de infecção hospitalar, conhecimento da comunidade sobre os riscos de infecção e rastreamento de afetados – parecem não ter sido suficientemente aplicadas. “Se não nos unirmos em solidariedade global para ajudar esses países, eles vão regredir muitos anos”, disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS. Ela observou que as três nações mais atingidas apenas começaram a se reconstruir após “anos de conflitos e dificuldades”. Uma forma de ajudar esses países é oferecer aos africanos uma droga experimental que foi usada para tratar dois voluntários de programas de caridade dos EUA infectados na Libéria. No último sábado (9), o missionário espanhol Miguel Pajares também recebeu a medicação no seu país. A decisão de usar o medicamento experimental para curar americanos e europeus quando quase mil africanos já morreram gerou um debate ético. A OMS pediu que especialistas em ética médica avaliassem essa semana a possibilidade de usar a droga, chamada ZMapp, no oeste da África. Vacina A OMS também anunciou que pretende testar uma vacina contra o vírus a partir do próximo mês. Os primeiros testes clínicos devem ocorrer nos Estados Unidos em setembro. Se os resultados forem positivos, a injeção pode estar disponível até 2015. [Reuters, Gizmodo, ZH, ZH2, Publico]

Perguntas e respostas sobre o Ebola

1 - O que é a doença causada pelo vírus Ebola? A doença do vírus Ebola (anteriormente conhecida como febre hemorrágica Ebola) é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade que pode chegar até os 90%. A doença afeta os seres humanos e primatas não-humanos (macacos, gorilas e chimpanzés). O Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão. A origem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeiros prováveis do vírus Ebola. 2 - Como as pessoas são infectadas com o vírus? O Ebola é introduzido na população humana por meio de contato direto com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados. Na África, os surtos provavelmente originam-se quando pessoas têm contato ou manuseiam a carne crua de chimpanzés, gorilas infectados, morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados doentes ou mortos ou na floresta. 3 - O vírus Ebola passa de pessoa para pessoa? Depois que uma pessoa entra em contato com um animal que tem Ebola, ela pode espalhar o vírus na sua comunidade, transmitindo-o para outras pessoas. A infecção ocorre por contato direto com o sangue ou outros fluidos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de pessoas infectadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou membranas mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola, como roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas. Cerimônias fúnebres em que os enlutados têm contato direto com o corpo da pessoa falecida, como é comum em comunidades rurais de alguns países africanos, também podem desempenhar um papel importante na transmissão do Ebola. Pessoas que morreram de Ebola devem ser manipuladas apenas por quem esteja usando roupas de proteção e luvas. O corpo deve ser enterrado imediatamente. O vírus Ebola não é transmitido pelo ar. 4 - Quais os riscos para os profissionais de saúde que cuidam dos doentes? Os profissionais de saúde têm sido frequentemente expostos ao vírus ao cuidar de pacientes com Ebola na África. Isso acontece quando eles não usam adequadamente equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras. Os profissionais de saúde devem seguir rigorosamente as precauções de controle de infecção recomendados. Além dos cuidados usuais, os trabalhadores de saúde devem aplicar estritamente as medidas de controle de infecção recomendadas para evitar a exposição a sangue infectado, fluidos ou ambientes ou objetos contaminados - como a roupa suja de um paciente ou agulhas usadas: · devem usar equipamentos de proteção individual, tais como aventais, luvas, máscaras e óculos de proteção ou protetores faciais; · não devem reutilizar equipamentos ou roupas de proteção, a menos que tenham sido devidamente desinfectados; · devem trocar as luvas ao passar de um paciente para outro. Procedimentos invasivos que podem expor os médicos, enfermeiros e outros à infecção devem ser realizados sob estritas condições de segurança. Os pacientes infectados devem ser mantidos separados dos outros pacientes e pessoas saudáveis tanto quanto possível. A dificuldade de manter esses padrões adequados nos serviços de saúde dos países africanos acometidos tem propiciado a infecção em profissionais de saúde. 5 - Quando uma pessoa passa a transmitir o vírus a outra? O período em que a pessoa infectada pode transmitir só inicia após o surgimento dos sintomas. Durante o período de incubação, a pessoa não transmite o Ebola. As pessoas podem infectar outras enquanto seu sangue e secreções contiverem o vírus. Por esta razão, os pacientes infectados têm que ser cercados de cuidados específicos para evitar que profissionais de saúde ou parentes e amigos que os visitam no hospital entrem em contato com o sangue e secreções. 6 - Quem corre mais risco? Durante um surto, como o que agora ocorre na Libéria, Serra Leoa e Guiné, as pessoas com maior risco de infecção são: · profissionais de saúde que atendem pacientes sem que as medidas de proteção estejam adotadas; · membros da família ou outras pessoas que têm contato próximo com as pessoas infectadas; · pessoas que têm contato direto com os corpos dos mortos como parte de cerimônias fúnebres; e · caçadores que entram em contato com animais mortos encontrados na floresta. 7 - Quais são os sinais e sintomas do Ebola? O Ebola produz uma doença grave. O início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta são os sinais e sintomas típicos. Isto é seguido por vômitos, diarreia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia tanto interna como externa. O período de incubação, ou o intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sintomas, pode variar de dois até 21 dias. Os pacientes tornam-se contagiosos apenas quando começam a apresentar os sintomas. Eles não são contagiosos durante o período de incubação. A confirmação dos casos de Ebola é feita por exames laboratoriais específicos. 8 - Qual é o tratamento? Não há tratamento específico que cure o Ebola. Alguns tratamentos experimentais têm sido testados, mas ainda não estão disponíveis para uso geral. Os pacientes de Ebola requerem tratamento de suporte intensivo, realizado em hospitais de referência para tratamento de doenças infecciosas graves. Eles geralmente ficam desidratados e precisam de fluidos intravenosos ou de reidratação oral com soluções que contenham eletrólitos. Alguns pacientes podem se recuperar se receberem tratamento médico adequado. Para ajudar a controlar a propagação do vírus, as pessoas suspeitas ou confirmadas de ter a doença devem ser isoladas de outros pacientes e tratadas por profissionais de saúde usando equipamentos de proteção. 9 - Como prevenir a infecção pelo Ebola? Atualmente não há nenhuma vacina para a doença do vírus Ebola. Várias vacinas estão sendo testadas, mas nenhuma delas está disponível para uso clínico no momento. Nos países onde existe transmissão do Ebola, a melhor maneira de se prevenir é evitar contato com o sangue ou secreções de animais ou pessoas doentes ou com o corpo de pessoas falecidas em decorrência dessa doença, durante rituais de velório. 10 - É seguro viajar durante um surto? A Organização Mundial da Saúde não recomenda restrições de viagens para os países que apresentam transmissão porque o risco de infecção para os viajantes é muito baixo, já que a transmissão de pessoa a pessoa só se dá com o contato direto com os fluidos corporais ou secreções de um paciente infectado. Além disso, a transmissão ocorre, principalmente, em vilas e povoados de áreas rurais. Pessoas que viajam a trabalho para as capitais ou cidades desses países devem evitar qualquer contato com animais ou com pessoas doentes. Os profissionais de saúde que viajam para as áreas com transmissão, nesses países, devem seguir estritamente as medidas recomendadas pela OMS para o controle da infecção. Os brasileiros que residem nos países onde há transmissão do Ebola (Libéria, Serra Leoa e Guiné) devem evitar deslocamentos para as áreas rurais e vilas onde estão ocorrendo os casos, ficar alerta às informações e recomendações prestadas pelos Ministérios da Saúde desses países e evitar contato com animais ou pessoas doentes. 11. É possível termos casos de Ebola no Brasil? Pelas características da infecção pelo Ebola, a possibilidade de ocorrer uma disseminação global do vírus é muito baixa. Desde sua descoberta em 1976, o vírus tem produzido, ocasionalmente, surtos em um ou mais países africanos, sempre muito graves pela alta letalidade, mas, autolimitados. A seriedade do atual surto é a sua extensão, atingindo três países e a demora em se atingir seu controle. Isso ocorre pela precariedade dos serviços de saúde nas áreas em que ocorre a transmissão, que não dispõem de equipamentos básicos de proteção aos profissionais de saúde e aos demais pacientes, bem como pelas práticas e tradições culturais de manter pacientes em casa, inclusive escondendo sua condição das autoridades sanitárias, e a realização de rituais de velórios em que os parentes e amigos têm bastante contato com o corpo do falecido. No Brasil, não há circulação natural do vírus Ebola em animais silvestres, como em várias regiões da África. 12 - Como é feita a detecção de casos? Como o período de transmissibilidade só começa depois que a pessoa inicia os sintomas e como todo caso de Ebola produz sintomas fortes que exigem que o doente procure um serviço de saúde, a detecção de casos pode ser feita oportunamente em locais com serviços de saúde e sistemas de vigilância estruturados, facilitando a interrupção da transmissão. Se uma pessoa vier de um país onde ocorre transmissão e apresentar a doença durante a viagem, a equipe de bordo aplica as normas internacionais vigentes, visando a proteção dos demais passageiros e informa às autoridades sanitárias do aeroporto ou porto de destino para a remoção e transporte do paciente ao hospital de referência, em condições adequadas. 13 - O que fazer se um viajante proveniente desses países africanos apresentar sintomas já no nosso país? No caso de o viajante realizar o deslocamento durante o período de incubação, no qual a infecção ainda é indetectável, e só apresentar os sintomas da doença depois da chegada ao país, o serviço de saúde que for procurado por esse paciente deverá notificar imediatamente o caso para a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde ou à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A partir da identificação de que se trata de um caso suspeito, já são adotadas as medidas para proteção dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento ao caso, bem como para evitar que a infecção seja transmitida para outras pessoas. O Ministério da Saúde recebe informações diárias da OMS para avaliar a situação do surto de Ebola na África ocidental e recomendar as medidas adequadas para a proteção de nosso país. Agência Saúde

Casos de dengue e Chikungunya na VE mobilizam coordenações em RR

Diante das confirmações de epidemia de dengue em oitos estados da Venezuela e 30 casos de febre chikungunya, Roraima está em alerta devido questões geográficas. Os dados foram divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). O gerente do Núcleo Estadual de Controle de Febre Amarela e Dengue, Joel Lima, informou que a Venezuela está muito próxima do Brasil, e é comum o trânsito de famílias roraimenses para o país vizinho, por questões turísticas, comerciais e outros motivos de viagem. “Por isso, essa realidade nos deixa na condição de alerta, já que não podemos descartar a possibilidade de transmissão das referidas doenças”, disse. Ele explicou que atualmente circulam na Venezuela os quatro sorotipos de Dengue. “Por conta dessa realidade no país vizinho, não descartamos a possibilidade de reintrodução do vírus tipo 3 no estado, uma vez que os últimos registros do vírus foram em 2008, e de 2009 até o momento, nasceram mais de 53 mil crianças, e elas estão suscetíveis à contaminação pelo vírus tipo 3, além dos adultos que não foram infectados pelo dengue tipo 3, até 2008, quando foi registrada o fim de circulação. É importante dizer que cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes”, esclareceu. Além da dengue, a gerência estadual se preocupa ainda com a possibilidade de introdução do vírus Chikungunya, por conta dos 30 casos confirmados no país vizinho. “São pessoas que foram infectadas e adoeceram dentro do próprio país, ou seja, não se trata de casos importados. Por isso, com a proximidade com a Venezuela nos deixa em um estado de monitoramento”, complementou. Histórico – Roraima já registrou a circulação dos 4 sorotipos, em momentos diferentes. Na década de 80, circularam os sorotipos 1 e 4; na década de 90, houve registro dos sorotipos 1, 2 e 3. Em 2010, foi confirmada a reintrodução do sorotipo 4 e permanência dos vírus circulantes 1 e 2, período em que o estado enfrentou uma epidemia com o registro de mais de 11 mil notificações. Nos últimos anos, a dengue vem apresentando um quadro de controle e redução dos casos. O número notificações no primeiro semestre deste ano é 40% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. São 735 notificações contra 1.233 no mesmo período de 2013. Quanto aos casos confirmados, foram 42 até o mês de maio, contra 326 no mesmo período do ano anterior. Prevenção – O Núcleo Estadual de Controle de Febre Amarela e Dengue orienta os cuidados que a serem seguidos, entre eles, se puder evitar viagens ao país vizinho, e se proteger ao máximo com repelentes. Nos casos de viagem, pulverizar os quartos durante a estadia na Venezuela, se tiver mosquiteiro utilizar com frequência, e ao retornar ficar atento a possíveis sinais, como dor de cabeça, dor no corpo e febre. Se isso ocorrer, procurar uma unidade de saúde mais próxima e informar que esteve na Venezuela ou em outro país. “No momento, a primeira iniciativa que deve ser adotada é a precaução, de forma que a população mantenha medidas de controle, que são as mesmas, no que se refere a prevenção e tratamento da dengue e chikungunya, uma vez que a forma de transmissão é a mesma, pelo mosquito Aedes Aegypti”, finalizou Joel Lima. (Fonte: G1)

Brasil doará R$ 1 milhão à OMS para ajuda no combate ao ebola

O Brasil doará R$ 1 milhão à Organização Mundial da Saúde (OMS) para ajudar no combate ao surto de ebola na África Ocidental, anunciou nesta sexta-feira o ministro da Saúde, Arthur Chioro. O país sul-americano também enviará 15 toneladas de remédios e material médico aos três principais países afetados, Guiné, Serra Leoa e Libéria, informou Chioro. Apesar de a OMS ter declarado hoje o surto de ebola na África Ocidental como uma emergência pública sanitária internacional, o Ministério da Saúde considerou “improvável” que o vírus chegue ao Brasil e afirmou que não há risco de transmissão no país neste momento. No entanto, o Ministério da Saúde elevou de zero a dois o nível de ativação do Centro de Operações de Emergências, que atuará caso se confirme a chegada de alguma pessoa infectada pelo vírus ebola. Os pacientes cuja contaminação for detectada serão transferidos diretamente ao hospital de referência de cada estado através de equipes do Sistema de Atendimento Médico de Urgências (Samu). Chioro insistiu que o governo vigia os aeroportos e portos do país para tentar identificar possíveis casos de ebola para impedir a chegada da doença ao país. O Brasil não restringiu as viagens, mas recomendou que os brasileiros não se desloquem para áreas rurais nos países de risco. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, comentou que o governo buscará fora do país qualquer cidadão que possa estar infectado pela doença. A partir de amanhã, sábado, o governo divulgará nos aeroportos internacionais brasileiros mensagens para que os passageiros vindos do exterior que apresentem sintomas de febre hemorrágica busquem imediatamente um posto de saúde. (Fonte: Info Online)

Salve as baleias, salve a Terra!

Ao longo de mil anos de caça generalizada às grandes baleias, os seres humanos eliminaram entre dois terços e 90% das grandes populações destes animais. A biomassa total de baleias do planeta pode ter sido reduzida em até 85%. Algumas espécies se saíram pior do que outras: as baleias azuis, os maiores animais que habitam a Terra atualmente, foram reduzidas a apenas 1% de seus números históricos no hemisfério sul. Fora a óbvia loucura dessa matança desenfreada, assassinar tantas baleias pode ser um erro ecológico que vai custar caro, inclusive para a sobrevivência do ser humano e do próprio planeta como nós o conhecemos. Com a diminuição do número de baleias, todo o ecossistema oceânico sofre alterações – uma das mais importantes dessas mudanças foi a diminuição na retenção de carbono. Sem as baleias para equilibrar o sistema de diversas maneiras diferentes, o carbono que ficava lá no fundo do mar subiu para a atmosfera.Em um artigo recente na revista Frontiers in Ecology and Enviroment, o economista ecológico Joe Roman e alguns colegas descreveram quatro comportamentos básicos das baleias que são vitais para a saúde dos oceanos e para o futuro da nossa Terra cada vez mais quente, que foram desaparecendo conforme esses animais também foram.A boa notícia é que, segundo o estudo, a caça às baleias está diminuindo e as populações dos grandes cetáceos estão lentamente se recuperando. Baleias são predadoras O fato das baleias consumirem toneladas – literalmente – de alimentos ajuda a manter o carbono sob o oceano, em vez de deixar que ele chegue na atmosfera, onde lentamente cozinha a Terra, produzindo o famoso efeito estufa. Isso porque a quantidade de alimentos necessária para permitir que apenas uma baleia azul sobreviva é o suficiente para alimentar sete baleias Minke ou 1.500 pinguins. Na verdade, quando o número de baleias diminuiu, outras espécies, como pinguins e focas antárticas, tiveram um grande crescimento populacional, já que havia de repente muito mais comida para eles comerem. Mas, apesar da capacidade de 1.500 pinguins de comer a mesma comida que uma única baleia azul, sua biomassa equivale a apenas 8% da baleia. A maior biomassa das baleias azuis permite que os ecossistemas marinhos armazenem mais carbono simplesmente porque estes animais – e suas carcaças, quando eles morrem – são maiores. Em outras palavras, pela mesma quantidade de comida, as grandes baleias permitem que os oceanos retenham uma quantidade maior de carbono do que animais menores jamais poderiam fazer. Baleias são presas Baleias são grandes, e as grandes baleias, como a baleia azul e a cachalote, são maiores ainda, mas isso não lhes fornece proteção contra todos os predadores. Por elas serem tão grandes, uma única baleia representa uma recompensa em energia e recursos para qualquer criatura grande, poderosa ou teimosa o suficiente para caçá-las. Os fósseis fornecem evidências de que o antigo (e extinto) tubarão megalodonte caçava as grandes baleias, e ambos os relatos históricos e modernos verificam que as orcas fazem o mesmo. A alta frequência de arranhões e marcas da maioria das espécies de baleias grandes afirmam uma longa e generalizada utilização de baleias como presas. Quando as baleias assassinas foram forçadas a encontrar outras fontes de energia, muitas se voltaram para mamíferos marinhos menores, como focas, leões marinhos e lontras marinhas. A diminuição de lontras do mar fez com que sua principal fonte de alimento, os ouriços do mar, de repente ficassem sem uma pressão de predação significativa. Logo, as populações de ouriço do mar no Oceano Pacífico norte floresceram e, como resultado, as florestas de algas que eles usam como alimento começaram a declinar. O declínio das florestas de algas não só mudou substancialmente os ecossistemas locais, tanto em termos de biodiversidade e biomassa, mas também reduziu a capacidade dos ecossistemas marinhos de manter carbono. Assim como florestas terrestres, florestas de algas são um importante reservatório de carbono, um modo pelo qual ele pode ser sequestrado e ficar longe da atmosfera. Baleias vão ao banheiro Todo mundo faz isso, mas baleias fazem para valer. As baleias e outros mamíferos marinhos encontram comida nas profundezas dos oceanos – cachalotes mergulham nos mais sombrios e profundos mares para encontrar lulas -, mas, em seguida, retornam à superfície para ejetar seus resíduos, liberando grandes quantidades de nitrogênio e ferro na água por meio de plumas fecais. Isso permite o crescimento de fitoplâncton perto da superfície do mar. Eventualmente, esses fitoplânctons afundam, transferindo pelo menos 200 mil toneladas de carbono por ano da atmosfera para o fundo do mar. Baleias não percorrem apenas grandes distâncias em profundidade; elas também migram horizontalmente em toda a superfície do planeta. As baleias de barbatana têm algumas das maiores migrações no mundo, movendo-se entre a alimentação em altas latitudes ao parto em latitudes mais baixas. Durante a lactação, as fêmeas liberam todo o nitrogênio que elas têm armazenado em sua gordura corporal enquanto ele é queimado para manter a sua energia. Assim, de acordo com uma estimativa, baleias azuis transportam 88 toneladas de nitrogênio por ano a partir de suas áreas de alimentação de alta latitude perto do Alasca ou Antártida até os trópicos, onde elas dão à luz a seus filhotes. Antes da caça comercial começar, esse número teria estado mais perto de 24 mil toneladas de nitrogênio. Isso permitiria o crescimento de mais fitoplâncton, o que teria fornecido o sequestro de um adicional de 140 mil toneladas de carbono por ano. Roman chama a transferência de nutrientes e produtos químicos através das baleias de “bomba de baleia” e “grande cinturão de transporte das baleias”, para descrever os processos verticais e horizontais, respectivamente. Com a recuperação das populações de baleias, escreve ele, esses processos podem permitir que os nossos oceanos comecem lentamente a agir como o grande reservatório de carbono da Terra, mais uma vez. As baleias são meras mortais As baleias podem ser criaturas magníficas, mas acabam morrendo. Uma vez que elas são feitas principalmente de proteínas e lipídios, baleias mortas fornecem pequenos banquetes para moradores das profundezas, um lugar que é em grande parte desprovido de nutrientes e energia. Depois que uma baleia cinzenta de 40 toneladas tem o seu último suspiro, ela afunda silenciosamente, trazendo cerca de 2 milhões de gramas de carbono junto com ela. Ao todo, a morte natural de baleias atualmente transfere cerca de 190 mil toneladas de carbono por ano da atmosfera para o fundo do mar. Mas isso é uma estimativa baseada em populações de baleias de hoje, que só agora começaram a se recuperar. Se grandes populações de baleias forem restauradas a seus tamanhos pré-caça, o aumento da exportação de carbono seria “comparável em magnitude aos hipotéticos projetos destinados a mitigar a mudança climática”, afirma Romano. A conservação das baleias teria o mesmo efeito, em termos de sequestro de carbono, que realizar o projeto de fertilização do oceano com ferro e nitrogênio, que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) descreveu em 2007 como “especulativo” e “sem um quadro institucional claro para a implementação”. E isso importa? Baleias oferecem mais serviços ao ecossistema além do seu papel na transferência global de carbono. Na verdade, Roman e seus colegas reconhecem que a contribuição de baleias para fluxos globais de carbono é de fato relativamente pequena em comparação com outros processos. Ainda assim, um esforço contínuo para a conservação das baleias “pode ajudar a amortecer os ecossistemas marinhos de tensões desestabilizadoras”, diz ele. Quando você remove grandes predadores em massa de seus habitats, coisas ruins tendem a acontecer. Quando os lobos foram expulsos de Yellowstone, nos EUA, a população de alces explodiu porque eles já não eram suprimidos pelos seus caçadores naturais. Mas mais alces fez com que as plantas que eles comiam ficassem escassas – ninguém pensou em plantar mais alimento quando expulsou os lobos. E os ursos, castores e bisões, que comiam muitas das mesmas plantas que o alce, de repente se viram sem comida suficiente. Todo o ecossistema de Yellowstone mudou. Quando os lobos foram reintroduzidos, a cadeia alimentar começou a se estabelecer em seu antigo equilíbrio. A população de alces foi mantida em xeque. O número de castores e bisões aumentou. Os lobos, que já foram vistos como animais que apenas causavam incômodo, começaram a ser encarados por ambientalistas, pesquisadores e formuladores de políticas públicas como parte fundamental do meio ambiente local. Da mesma forma, o comércio pensa nas baleias como grandes fontes para se ganhar dinheiro. A partir da caça de grandes baleias são extraídos carne, óleo, barbatanas e espermacete, uma substância cerosa encontrada na cabeça dos cachalotes, usada em velas, pomadas e como lubrificante. Mas, agora, elas estão se tornando cada vez mais reconhecidas pelos serviços que prestam ao ecossistema. Só agora cientistas começam a quantificar empiricamente o quanto as baleias são importantes para a saúde dos ecossistemas oceânicos. Esperamos que isso sirva para mudar a atitude dos humanos em relação a elas. [Io9]

domingo, 10 de agosto de 2014

Projetos buscam otimizar uso da água na agricultura

Visando a economia de água, três pesquisas do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, buscam formas de reduzir sua utilização nas atividades agrícolas. Para a irrigação, a equipe do professor professor Tarlei Arriel Botrel desenvolveu um microtubo de comprimento variável. Outro estudo, realizado por Luiz Fernando Novello, especialista em gerenciamento ambiental e funcionário do Departamento, testou a viabilidade da captação de água das chuvas nos edificios do campus de Piracicba. Os riscos das variações climáticas para o futuro da produção de cana-de-açúcar são pesquisados pela pós-graduanda Helena Maria Soares Pinto, orientada pelo professor Fabio Marin. O microtubo de comprimento variável, acessível ao produtor e já aplicado em várias culturas, permite que a vazão de água no momento da irrigação por gotejamento seja uniforme em cada parte do terreno, independente do desnível ou da perda da pressão por conta da energia de atrito durante a passagem da água dentro do tubo. “A vazão uniforme se dá porque, para cada necessidade, o microtubo tem seu comprimento ajustado. Adaptando cada planta a um microtubo diferente, mesmo com a variação da pressão devido a algum desnível, todas as partes do terreno recebem a mesma quantidade de água. Essa é a maneira que encontramos para manter uma irrigação uniforme”, explica Botrel. Além da economia de água, o baixo custo também é um benefício. “O microtubo é mais fácil de adquirir e de construir do que o gotejador tradicional. Então temos a economia de água aliada à redução de custos”, acrescenta Botrel. Luiz Fernando Novello, especialista em gerenciamento ambiental e funcionário do Departamento de Engenharia de Biossistemas, realizou uma pesquisa abrangendo o campus Luiz de Queiroz da USP, em Piracicaba, para avaliar o potencial da captação de água de chuva para fins não potáveis no período de outubro de 2013 a março de 2014. Observando o tamanho significativo da maioria dos telhados dos prédios do campus, o objetivo foi identificar o quanto estas coberturas — em teoria — seriam capazes de captar água da chuva. Segundo Novello, para chegar ao resultado, foi necessário avaliar três fatores — a área de captação, a precipitação local e a demanda dessa água de chuva. “Minha demanda por água foi a de fins não potáveis, que são as utilizadas em vasos sanitários, mictórios, irrigação de jardim, lavagem de calçada, tratores, maquinários agrícolas e irrigação de pequenas estufas, e também na parte de laboratórios, para fins de uso em destiladores”, explica. Captação Para avaliar a área de captação, o especialista utilizou as plantas baixas de vários prédios do campus. Para avaliar a precipitação, Novello fez levantamento estatístico dos dados do posto meteorológico da Esalq. “Trabalhei com estes dados para determinar a probabilidade de menor ocorrência de chuva em cada mês”, conta. Posterior às análises, Novello concluiu que a captação de água e seu uso no campus era possível. “Durante o período estudado utilizei 38% dos prédios da Esalq somados com 100% dos prédios do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena). No total, a área analisada captaria 40% do consumo de água da Esalq referente ao período de outubro a março”, afirma. O especialista diz ainda que, no caso do Cena, por serem edificações mais próximas e maiores, no período chuvoso a água armazenada lá corresponderia a 90% do consumo de água não potável total da instituição. No trabalho também foi sugerido que as próximas edificações da Esalq sejam construídas pensando na coleta de água de chuva. “A Esalq gera conhecimento e difunde. Esta ação em relação a água de chuva seria um exemplo a ser seguido por outras instituições, assim como pela população”. Em contrapartida, para uso residencial, Novello faz a ressalva de que o aproveitamento só é viável em residências se houver demanda por água não potável, a não ser que seja feito um tratamento na água para consumo em outras finalidades. “Aqui na Esalq, essa demanda já existe, e os benefícios ambientais e financeiros também foram comprovados por meio da pesquisa”, conclui. Orientada pelo professor Fabio Marin, Helena Maria Soares Pinto está desenvolvendo, em sua dissertação no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas Agrícolas, uma pesquisa sobre os riscos da produção de cana-de-açúcar no estado de São Paulo no futuro, baseando-se em variações climáticas. “O foco da pesquisa é identificar o risco da produção no futuro, comparando modelos de projeção para garantir mais clareza nos resultados”, explica. Helena conta que para simular a produção de cana-de-açúcar no período entre 2040 e 2070, precisou levantar uma série de informações. “É uma simulação por meio de softwares que são alimentados por banco de dados sobre clima, solo e genética do cultivo. Todas essas informações são do período de 1980 a 2010, e funcionam como parâmetro para o futuro”. Segundo a pesquisadora, os dados climáticos necessários são sobre a chuva, precipitação máxima e mínima e radiação. “Esse é um dos principais entraves da minha dissertação porque dados climáticos de séries longas são complicados de serem encontrados. No estado de São Paulo, apenas 10 municípios possuem dados climáticos de qualidade”. Segundo a mestranda, foram utilizados dois simuladores — o DSSAT, desenvolvido na África do Sul e o APSIN, desenvolvido na Austrália. Helena conta que cada software apresenta uma variação nas projeções em relação aos dados climáticos fornecidos como parâmetro. “Trabalhar com projeções climáticas em um curto período já é algo complicado. Em relação a um longo período existem muitas variações e, quando trabalhamos com mais de um simulador, é possível obter mais certeza sobre os resultados”. Entre os resultados fornecidos pelos simuladores estão a produtividade, a massa seca e biomassa da cana-de-açúcar. Até o presente momento, o estudo aponta um futuro parcialmente positivo para a cana-de-açúcar. “Os próximos 30 anos serão de produtividade para a cana-de-açúcar por conta do aumento de gás carbônico na região, que é um importante insumo para o cultivo. Em contra partida, as condições climáticas gerais apontadas revelaram até agora um aumento na temperatura média de 1,8º a 3,6º, o que indica déficit hídrico, por aumento da temperatura e diminuição da chuva”, conclui. * Publicado originalmente no site Agência USP.

10 números assustadores que revelam o descaso do Brasil com o lixo

Terminou no último sábado, 2 de agosto, o prazo para que o Brasil encerrasse o descarte irregular de lixo, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010. Mas o cenário de gestão de resíduos pouco se alterou nestes quatro anos. Em 2013, o país gerou 76 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Quase metade disso foi parar em lixões ou em aterros de baixa segurança, colocando em risco a saúde do meio ambiente e da população. Pior, quase 10% de todos os resíduos que produzimos no ano passado sequer foi coletado pelos municípios, sendo lançado em rios e áreas clandestinas. A política do laissez-faire com relação ao manejo do lixo resulta em situações como a que deixou atônita a população da região de Salto, em Sorocaba, na semana passada. Por conta da estiagem severa, o Rio Tietê, que corta o centro da cidade, transformou-se num fio de água e expôs toneladas de lixo acumulado ao longo de décadas. Exame.com listou 10 números que mostram como o Brasil ainda cuida muito mal do seu lixo. Os dados são do novo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013. O estudo anual foi lançado nesta semana pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
informações do Exame.com.